Presidente da autarquia, Marcelo Lemos dos Reis, também destacou importância do Sistema Único de Saúde
O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) é contrário à proposta apresentada pelo Ministério da Saúde na última semana e que prevê a abertura de 95 novos cursos de medicina em instituições privadas, com 5,7 mil vagas, em 23 estados brasileiros nos próximos anos. “Infelizmente, temos observado a acentuada proliferação de faculdades de medicina que, em busca de resultados financeiros, negligenciam a qualidade da formação dos novos profissionais”, disse o presidente do CRM catarinense, Marcelo Lemos dos Reis, durante evento de posse dos novos Conselheiros e diretores da autarquia, na última sexta-feira. “Hoje, mais do que nunca, reafirmo nosso compromisso com a excelência da medicina. Por isso, precisamos garantir que todos os médicos que exercem sua atividade no País tenham o nível de competência necessária e uma formação adequada, que inclui o domínio de conhecimentos teóricos e da técnica e habilidades como trabalho em equipe, sensibilidade, ética e capacidade de comunicação eficaz, essenciais para a compreensão das necessidades dos pacientes e um cuidado verdadeiramente humanizado”.
O presidente do CRM-SC reforçou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), essencial no combate à pandemia. “O SUS foi fundamental para garantir que todas as pessoas tivessem acesso a serviços de saúde, independente de sua renda, classe social ou localização geográfica. É necessário compreender a importância desse sistema e é essencial protegê-lo e fortalecê-lo, garantindo que continue a servir a todos”.
Presente ao evento, o presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran da Silva Gallo manifestou contrariedade com a oferta descontrolada de novas vagas em cursos de graduação e levantou outros pontos que preocupam a classe médica brasileira. A possibilidade de contratação de graduados em outros países sem a exigência do Revalida é uma delas. Segundo ele, os Conselhos de Medicina consideram uma “cláusula pétrea” a exigência da prova que atesta se o médico tem os conhecimentos e técnica necessários para atuar no País. “Essa é a única forma de garantir que os pacientes sejam atendidos por pessoas realmente preparadas para o exercício da nossa profissão. Lembro aos gestores: expor o paciente a uma pessoa não capacitada pode atrasar diagnósticos, comprometer tratamento e tirar vidas”. Ele destacou ainda a importância da defesa incondicional da Lei do Ato Médico e a necessária defesa da valorização do médico e da medicina.
A posse dos novos Conselheiros do CRM-SC reuniu médicos de todo o Estado e autoridades como o deputado Vicente Caropreso, que representou a Assembléia Legislativa, a secretária municipal de saúde de Florianópolis, Cristina Pires Pauluci, o Superintendente dos Hospitais Públicos Estaduais, Roberto Henrique Benedetti, e presidentes e diretores de entidades como a Academia de Medicina do Estado de Santa Catarina (ACAMESC), a Associação Catarinense de Medicina (ACM), o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC), o Sindicato dos Médicos da Região Sul Catarinense (SIMERSUL), entre outros.