O cenário eleitoral nesta reta final caminha para a possível vitória de Jair Bolsonaro no primeiro turno. Os principais institutos de pesquisas agora estão acertando os números. À medida que o dia 7 de outubro se aproxima, os dados divulgados precisam estar mais próximos do resultado que sairá das urnas.
Depois da vasta campanha, inclusive com a participação direta de determinados institutos de pesquisas para desestabilizar o presidenciável do PSL, que não é e nunca foi o candidato do estabilishment, os números mais recentes são claros. A rejeição de Bolsonaro oscila para baixo. A de Fernando Haddad disparou. As intenções de votos no petista oscilam para baixo ou estão estáveis. Jair Bolsonaro cresceu fora da margem de erro.
Emblemática, neste contexto, a decisão da poderosa Frente Parlamentar da Agricultura, que fechou de cima-abaixo com o candidato do PSL. É o voto útil comendo solto. E que se reflete, ainda, nas mobilizações de rua. A avenida Paulista, no domingo, recebeu 1 milhão de pessoas, a maior manifestação da história. Que não estava com foco somente em Jair Bolsonaro, mas no sentimento de mudança.
Quer gostem ou não, Bolsonaro conseguiu encarnar a figura do antissistema, a ruptura com as velhas práticas, caracterizando a falência da classe política.
Ética
Sim, Bolsonaro pertence à classe política há 30 anos. Mas sempre teve conduta ética diferenciada. O que embasa sua mensagem direta, simples, mas eficaz. E só pelas redes sociais, pois o candidato nunca teve espaço na mídia, ao contrário de outras figuras, que determinados veículos apelam até a última instância judicial para entrevistar de dentro da cadeia! No frigir dos ovos, o eleitorado do sul do mundo está identificando nele uma possibilidade real de mudança.
Mensagem
Outro questionamento que se faz a Bolsonaro é o de que não há clareza sobre o que ele pensa ou vai fazer em áreas-chave do governo. É verdade que ele proibiu o vice e o economista de falarem e ele próprio está fora de combate. Mas a mensagem de Jair Bolsonaro parece ter se entranhado no inconsciente coletivo dos brasileiros de tal forma que o eleitorado sinaliza que está disposto a votar nele. Mesmo que não se saiba muito sobre o que realmente vai fazer uma vez eleito. Aos olhos do grande público, essa opção parece bem melhor do que votar naquelas figuras e partidos cujas práticas são absolutamente conhecidas, como é o caso do PT.
Os votos de JKB
O ex-governador e ex-senador Jorge Konder Bornhausen entrou em contato com o colunista. Fez questão de abrir seus votos nesta eleição que se aproxima. Para presidente, JKB vai votar em Geraldo Alckmin, do PSDB, seu amigo de longa data, e para governador vai de Mauro Mariani. Para o Senado, seus eleitos são Paulo Bauer, do PSDB, e Raimundo Colombo, do PSD. Os deputados escolhidos pelo ex-governador são Murilo Flores, do PSB, para federal e Júlio Garcia, do PSD, para estadual.
Extremos
Jorge Bornhausen faz severas restrições aos dois candidatos presidenciais que representam os extremos neste pleito, Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT. “Informo que não votarei em candidato que tenha como ídolo o torturador Ulstra (Carlos Alberto Brilhante Ulstra) nem o que tenha como ídolo o ladrão Lula,” frisa JKB.