Ao manifestar-se publicamente em favor de Michel Temer, antes da votação histórica de quarta-feira, que levou ao freezer a denúncia por corrupção passiva que pesa contra o presidente, Raimundo Colombo estava com um olho no gato (sem trocadilho) e outro no peixe.
O gesto, além de uma sinalização ao PMDB (a declaração pegou bem nas hostes do Manda Brasa), também demonstrou o pragmatismo do governador no contexto atual.
Colombo trabalha para viabilizar financiamentos de R$ 1,5 bilhão junto ao Banco do Brasil e ao BNDES, dois bancos controlados pela União.
Pouco mais da metade do valor é para a segunda edição do Fundam, dinheiro para as prefeituras e que atende indicações estratégicas dos deputados estaduais, e a outra parte para obras no Estado.
Essa grana é fundamental para Colombo, tanto para dar um lustro no currículo de realizações do governador, como para segurar seu cacife político.
Ao defender a permanência de Temer, Raimundo Colombo pode ter colocado o carimbo que faltava no sentido de destravar os financiamentos.
Posição
Deputada federal Geovania de Sá, do PSDB, está distribuindo texto para explicar o porquê votou pelo prosseguimento da denúncia contra Michel Temer, mesmo com o seu partido atuando em quatro ministérios e mais um monte de cargos federais. Entre outras coisas, ela relata que votou pelo impeachment de Dilma e pela cassação de Cunha. Manteve, portanto, a coerência.
Interinidade
O vice-governador Eduardo Pinho Moreira assume interinamente no dia 8 de agosto, terça-feira da semana que vem. Raimundo Colombo tem agenda nos Estados Unidos entre os dias 9 e 12. Oficialmente, vai ao Banco Mundial encaminhar o financiamento para a manutenção do programa SC Rural, que ainda não tem valores definidos. O governador viaja acompanhado apenas do ajudante de ordem e um assessor da Secretaria de Assuntos Internacionais.
Falta d’água
Deputado Natalino Lázare deu vazão, este semana, da tribuna, à indignação da população de Videira com a constante falta d’água que atinge 15% da população. O parlamentar saiu de seu estilo sempre conciliador. Visivelmente irritado, Natalino desceu a borduna na direção da Casan, que há nove anos não cumpre os principais itens do contrato de concessão dos serviços em Videira. Nem ao menos o compromisso de instalar cinco bombas de pressão, assumido pela direção da empresa em fevereiro deste ano.
Frase
“Estamos sendo enrolados. Isso é um desrespeito”. Natalino Lázare, em um recado claro ao presidente da Casan, Valter Gallina, que é do PMDB.
Pré-candidatura
Um grupo de militantes pedetistas lançou o nome do Professor Belini Meurer como pré-candidato a deputado federal. Belini, que já foi vereador e senador da República (assumindo interinamente), aceitou o desafio por entender que o momento exige renovação e o comprometimento de pessoas éticas, ficha limpa, com projetos que restabeleça o Brasil como uma nação soberana, livre da corrupção. Para isso, ele afirma que seu foco de atuação será na defesa de uma educação libertadora. “A educação é o único caminho possível para a transformação que o Brasil precisa”, defende o professor.