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Precariedade da eletrificação rural é pauta no Conselho de Consumidores da Celesc

A dramática situação dos agricultores que estão tendo prejuízos incalculáveis e não podem mais desenvolverem suas propriedades em função da qualidade precária da energia elétrica que recebem foi abordada no 5º Encontro de Conselho de Consumidores da Região Sul e Congresso da Celesc, nesta quinta-feira, 19. Os presidentes das Comissões de Agricultura das Assembleias Legislativas de Santa Catarina, deputado Natalino Lázare, e do Rio Grande do Sul, deputado Adolfo Brito, destacaram que as redes de eletrificação rural catarinense e gaúcha são monofásicas e não comportam mais a demanda por energia de equipamentos e implementos agrícolas de últimas geração.

“No encontro pudemos expor nosso plano de trabalho no sentido de melhorar essa séria deficiência da energia elétrica rural. Atualmente o agricultor tão tem condições de usar as tecnologias que existem na cidade e vamos em busca de recursos para fazer com que o homem do campo tenha acesso a uma rede de qualidade, substituindo as monofásicas por trifásicas. Estou muito esperançoso de que toda essa articulação política possa sensibilizar o Governo do Estado, a Celesc e o Governo Federal para criar um programa específico nesta direção”, afirma o deputado Natalino.

Deputados receberam elogios pela iniciativa de defender os produtores rurais – foto>divulgação

Já o deputado do RS, Adolfo Brito, concordando com o posicionamento com o parlamentar catarinense, ressalta que é preciso ver outra saída antes que as propriedades rurais sejam abandonadas no interior dos municípios, pois em muitos locais as redes de energia estão totalmente ultrapassadas e sem condições dos agricultores fazerem qualquer tipo de investimento para melhorar a produtividade e, assim, se manterem no meio rural.

A precariedade do sistema também não permite que os jovens tenham acesso à telefonia e internet móvel, corroborando para o grave problema do exôdo rural. Natalino Lázare também defenderá a aprovação do Marco Legal do Biogás em Santa Catarina.

De acordo com o deputado Natalino, a minuta do pré-projeto, em trabalho liderado pelo presidente da Comissão de Agricultura da Alesc, pelo secretário-adjunto de Agricultura do Estado, Airton Spies, pela Casa Civil do governo do Estado, pela Fapesc, já encontra-se no Poder Executivo e deve seguir para análise dos deputados estaduais ainda este ano.

Resumidamente, a ideia é que se aproveitem os dejetos de biomassa (animais e vegetais) na produção de energia, barateando os custos da mesma e resolvendo um sério problema ambiental, que é retirada dos dejetos e sobras do meio-ambiente.

 “A realidade no campo é a seguinte: para ligar um equipamento de produção, o agricultor fica sem luz em casa ou em outras benfeitorias de sua terra e muitas vezes tem que sair de casa para religar a energia, faça chuva, faça sol, seja quente, seja frio, seja dia ou seja noite. É um sofrimento inaceitável, sem falar nos prejuízos econômicos,” desabafa Natalino, salientando que a união de catarinenses e gaúchos vai fortalecer a pressão sobre os governos para que olhem para os moradores do campo, responsáveis por 30% do PIB de Santa Catarina e 40% do PIB do Rio Grande do Sul. 

Entre as entidades participantes 5º Encontro de Conselho de Consumidores da Região Sul e Congresso da Celesc estão Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Federação das Assóciações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Comitê de Defesa do Consumidor Organizado (Deconor) além dos representantes dos conselhos de consumidores do Sul e de outros estados da Federação.

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