Com a suspensão da compra de carne bovina brasileira pela China a partir do mês de setembro, a exportação total dessa proteína despencou 43% no mês de outubro, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Diante dessa nova realidade do setor, a lógica indica que o mercado interno teria mais oferta de carne e, por consequência, o preço reduziria, mas isso não está acontecendo, segundo a Associação Catarinense de Supermercados (Acats).
– Os frigoríficos estão tendo uma oportunidade de ouro, caso concordem em reduzir os preços da carne bovina e desovarem seus estoques que devem estar bem altos neste momento. Se a redução de preço ocorrer, vamos repassar a vantagem sem a menor dúvida – disse o Presidente da ACATS, Francisco Crestani.
– Temos uma preocupação que é recorrente, a do consumidor sempre responsabilizar o supermercado como causador de um reajuste de preço, quando na realidade, não é ele quem faz o preço, e sim, a indústria e o setor produtivo em geral. Fazendo uma analogia do supermercado a um veículo, podemos dizer o seguinte: Nós fazemos o papel do velocímetro, não somos nem o freio e nem o acelerador – compara o dirigente.
Para o dirigente, o momento seria ideal para a redução do preço da carne bovina, aproveitando inclusive a baixa que ocorre no preço da arroba do boi que é oferecido ao pecuarista por parte da indústria.
Uma das principais praças produtoras do Brasil, o Mato Grosso, teve a redução do preço da arroba de R$ 315,00 para R$ 255,00 agora em outubro, mas esta variação ainda não chegou aos supermercados, observa Crestani.
– Temos um cenário com a redução de vendas por conta do combinado de inflação mais alta e pressão de preços de combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica. A carne bovina é item essencial na mesa do consumidor e uma redução no preço daria um alívio para o bolso e aumentaria as vendas. Estamos torcendo para que isso aconteça – finaliza Crestani.