Topázio Silveira Neto, empresário que estreou na política em 2020 como vice na chapa de Gean Loureiro, assumindo a cadeira após o último renunciar para concorrer ao governo do Estado em 2022, está de malas prontas para ir para o PL, partido pilotado no estado pelo governador Jorginho Mello, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Corre nos bastidores que Topázio já cumpriu o acordo que Gean Loureiro impôs em 2022. Para deixar a prefeitura e montar chapa para o governo do Estado entrou no pacote do acerto do União Brasil e do PSD a ida, na época, de Topázio à sigla de Eron Giordani – e outras figurinhas “más” – (vice de Gean naquela disputa do governo do Estado).
Ocorre que os desgastes decorrentes de operações policias que atingiram em cheio nomes ligados à Gean, e que estavam em cargos de alto escalão na prefeitura, foi causando desgaste na relação do atual com o ex-prefeito da Capital.
Nesse meio tempo, Topázio se aproximou naturalmente do governador em busca de parcerias para projetos e obras de interesse da Capital dos catarinenses.
O que azedou o clima para o alcaide florianopolitano no seio pessedista foi o interesse direto de Raimundo Colombo (PSD) para buscar judicialmente a cassação do Senador Jorge Seif (PL). Isso acabou favorecendo Topázio Neto, deixando-o muito à vontade para escolher seu futuro partidário.
Alinhar-se à verdadeira direita e contar com apoio direto de Bolsonaro e do Governo do Estado é um atrativo infinitamente maior que ficar dependurado na desgastada sigla de Kassab e Julio Garcia.
Os pessedistas têm passado sinais truncados ao eleitorado. Em Brasília são Lula da Silva de cruz na testa, bem como em alguns municípios do Estado, e nos grandes centros querem se vender de bolsonaristas.
E sinais truncados não conquistam eleitorado. Pelo contrário, deixam a população desconfiada.
Nessa equação, o entorno de Topázio Neto dá como certa a ida do prefeito da Capital para o PL. Até como uma narrativa plausível para o descolar de vez de escândalos na prefeitura promovido por Secretários herdados da era Gean Loureiro, mas também para se blindar em relação à imagem do Deputado Júlio Garcia (PSD), já que há rumores em Brasília que a liminar de Edson Fachin, que validou a operação Alcatraz (que investiga supostos atos milionários de corrupção em contratos públicos do governo anterior do Estado), deve ser mantida pelo pleno do STF. Encaminhamento que deve desaguar no desdobramento de processo criminal que pode atingir pesadamente o ex-presidente da Alesc, já delatado na investigação.
foto>Roberto Zacarias, Secom, arquivo