Que reajuste é esse de 44% no preço dos pedágios do trecho Norte da BR-101 em Santa Catarina? O que se reajusta nessa base no Brasil, no mundo, em tempos de quebradeira e desemprego pra todo lado? Esse estratosférico patamar foi o encontrado para gerar supostamente um “equilíbrio financeiro nas planilhas da concessionária”, aumentando em R$ 1 bilhão sua arrecadação, indo direto ao bolso do catarinense. Isso num universo de R$ 3,5 bilhões em investimentos anunciados (porque muitos investimentos já foram anunciados e nunca foram concluídos) pela empresa. Do anúncio à execução, milhões de veículos costumam passar pelas cancelas e muita coisa ainda do contrato original assinado pela Arteris (que tinha outro nome) sequer saiu do papel.
Como pode uma concessionária de serviço público pedir um reajuste surreal desses? Isso é uma afronta! E a ANTT, a agência, que deveria ser reguladora, concede. Sem melhores explicações. Que absurdo é esse?
O cidadão vai ter que comparecer e pagar mais, evidentemente. Já as empresas vão repassar esse aumento de custos, gerando inflação e aniquilando ainda mais o poder aquisitivo da população em plena pandemia.
Mobilização
É uma pauta que merece toda a atenção do Fórum Parlamentar Catarinense, a bancada que representa o Estado em Brasília. Deputados e senadores precisam se posicionar com firmeza contra esse descalabro, com o apoio do governo do estado e da Assembleia.
Perfumaria
Estamos falando da mesma concessionária que até hoje não entregou o Contorno Viário da Grande Florianópolis, obra que foi contratada para estar pronta em 2012! Agora, fala-se em 2023 para a conclusão do contorno. Alguns dizem que será em 2025. O colunista crava que não será antes de 2030! A empresa é especialista, registre-se, em raspagem de pista, pintura de faixas, colocação de câmeras, etc e tal. Obra que é bom, nada.
Pressão
Moisés da Silva tinha agenda política ontem em Brasília, onde foi para conversar com o deputado federal Rogério Peninha Mendonça (MDB), um dos parlamentares mais intimamente ligados ao presidente Jair Bolsonaro. O governador precisa do MDB na Alesc para salvar o pescoço do impeachment. O partido tem quase 25% dos assentos da Casa. Deveria, Moisés, aproveitar a oportunidade para uma agenda administrativa e se posicionar pessoalmente contra esse escárnio do aumento do pedágio na ANTT.
Data
O MDB tem reunião ampliada na segunda-feira para tratar do impeachment. Todos principais líderes e mandatários devem participar. A possibilidade de que os nove deputados emedebistas fechem questão parece cada vez mais remota.
O placar interno hoje estaria em 65% pela degola do governador e da vice e 35% pela manutenção deles no governo.
Caciques
Entre os cinco principais cardeais emedebistas, o placar é de 3 a 2 pela preservação dos mandatos. Os ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Moreira, mais o senador Dário Berger, não veem com bons olhos a cassação de Moisés e Daniela. Se posicionaram reservadamente nessa direção. Já os irmãos Casildo (ex-governador) e Celso Maldaner (presidente estadual) estão mais propensos à pena capital para o governador e a vice.