Escritora lança Casa do Tempo no próximo dia 28, no Las Leñas, no Beiramar Shopping, às 19 horas. A obra comemora os 275 anos do povoamento açoriano em Santa Catarina e os 350 anos de Florianópolis
Em 34 textos, Lélia Pereira Nunes refaz um longo percurso, da infância na sua Tubarão idealizada, passando pela nova morada, na Ilha de Santa Catarina, até a descoberta do mundo além-mar, no Arquipélago dos Açores – quase que um caminho de volta para a casa que ficou para trás, distante no tempo. Como escreve no prefácio do livro o diretor regional das Comunidades do Governo dos Açores, José Andrade, a sua trilha pessoal “sintetiza e simboliza a nossa sina coletiva”. Andrade, que é também escritor, descreve a autora como uma açoriana de 276 anos – “bem conservada, que honra e orgulha o sangue insular nas duas margens do rio Atlântico”.
Este livro, para ele, “é a certidão de nascimento, na décima ilha, e o passaporte vitalício, nas outras nove, agora que a Região Autónoma dos Açores lhe distinguiu, merecidamente, com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento”.
Responsável pelo texto de apresentação da obra, o presidente do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli, observa que a autora deixa transbordar o seu “espírito de mulher sensível, tocada pelas sensações que a palavra, com todas as suas limitações, pode proporcionar”. Petrelli destaca as falas da mãe, de grande saber, as referências à avó a um só tempo frágil e guerreira, os amigos da grande “irmandade atlântica” e confrades escritores que deixaram um legado imensurável para os catarinenses, para o país e para a humanidade. “Afeto, abraço, acolhimento, saudade, memória são termos que se multiplicam nos textos deste Casa do Tempo, tendo como objeto tanto pessoas íntimas como lugares próximos e distantes, homens e mulheres de letras ou do campo das artes que Lélia conheceu de vista ou de leituras”.
Convidado a comentar o novo livro de Lélia Pereira Nunes, o escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Godofredo de Oliveira Neto, que é membro da Academia Brasileira de Letras e da ACL, escreve na contracapa: “Não posso deixar de sublinhar a referência ao elo da convergência cultural entre a literatura dos catarinenses e a literatura nascida nos Açores. Vozes de diferentes histórias e gerações a percorrerem os caminhos do mar – Vitorino Nemésio, Eduíno de Jesus, Pedro Almeida Maia, Pedro da Silveira, José Andrade. Escreve sobre o passado com os dois pés no presente, com a autonomia de uma narradora do futuro. Não há nesta bela obra uma ilusão naturalista nem uma mitificação da chamada religião do vivido, mas, sim, uma análise de um eu-sujeito a serviço da arte e da causa Humanista”.
Já o professor Marcelo Batista de Sousa, presidente do SINEPE/SC, observa que “neste apaixonante e multifacetado livro a premiada autora narra com verve e convicção experiências que trazem aos leitores momentos prazerosos”.
Da mesma forma, a leitura é um presente para a alma, segundo o editor Norberto Aguiar, do LusoPresse & LusaQ TV Montreal, Canadá. “Podemos beber toda a beleza e autenticidade dos seus propósitos”.
Há cinco décadas a autora se dedica à Cultura Catarinense, em particular à cultura tradicional açoriana no Sul do Brasil e nos Açores. Divide-se entre a escrita criativa (crônica), memórias e ensaios. Publica no Diário dos Açores (Ponta Delgada), Portuguese Times (New Bedford), LusoPresse (Montreal), Notícias do Dia (Florianópolis, SC) e Diário do Sul (Tubarão, SC).
Lélia Pereira da Silva Nunes é catarinense, nascida em Tubarão (18/09/1946), e cidadã honorária de Florianópolis, onde reside desde 1970. Vive num constante vaivém entre a Ilha de Santa Catarina e as nove Ilhas dos Açores. Escritora e professora da UFSC, aposentada. Socióloga, pós-graduada em Direito (UFSC) e mestre em Administração Pública (UFSC). Doutoranda em Literaturas e Culturas Insulares (Universidade da Madeira), desenvolvendo o projeto “Protagonistas Femininas na Literatura Insular: Açores, Madeira e Santa Catarina”.
Presidente da Academia Catarinense de Letras (ACL), titular da Cadeira n. 26. Conselheira titular do Conselho Superior da Comissão Nacional de Folclore. Sócia emérita do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC). Membro honorário da Academia Tubaronense de Letras. Pertence à Associação Catarinense de Imprensa/Casa do Jornalista de SC, à Associação de Escritores Portugueses-APE, ao Instituto Histórico da Ilha Terceira, Instituto Açoriano de Cultura-IAC, Centro de Estudos da História do Atlântico da Madeira/CEHA e ao CHAM-Açores.
Condecorada com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento pelo Governo dos Açores, Prêmio Armando Corte Real de Cultura, atribuído pelo Jornal LusoPresse e LusoQ TV, (Montreal, Canadá), em 2020; Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa, concedida pelo Conselho Estadual de Cultura (2019); Medalha Brasileira Folclorista Emérito, outorga da Comissão Nacional de Folclore (2019); Prêmio Especial Dakir Polidoro de Jornalismo (2018), outorgado pela Câmara Municipal de Florianópolis e Associação de Jornalismo; Divina Medalha do Divino, concedida pela IDES, 2017.
É autora de Zumblick, uma história de vida e de arte (1993, 2013); Entre Penas e Pincéis (1998, org.); Os Caminhos do Divino: um olhar sobre a Festa do Espírito Santo em Santa Catarina (2007,2010); Na Esquina das Ilhas (2011 e 2020); Corpo de Ilhas (2018) e Pedra de Toque (2019 e 2020) coedição de Dois Por Quatro Editora (Florianópolis) e Letras Lavadas (Ponta Delgada, Açores). Presente nas antologias: Viagens, v.1. Ponta Delgada: Letras Lavadas, 2020; Avós: Raízes, Nós, Lisboa: Alma Letras, 2020, Retratos da Pandemia, 2021, e Nas Asas do Martim-pescador – Tributo a Florianópolis – 350 anos, 2023.
SERVIÇO
Lançamento do livro Casa do Tempo
Local: Las Leñas
Beiramar Shopping – 2º piso – Florianópolis
Dia 28 de novembro (quinta-feira)
19 horas
Título: Casa do tempo
Autora: Lélia Pereira Nunes
Formato: 16 x 23 cm
Editora: Dois Por Quatro
ISBN: 978-65-88812-74-7
Ano: 2024
226 páginas
Disponível em: www.doisporquatro.com