O recesso de janeiro encerra-se na próxima quarta-feira, 31. Como o dia 1 de fevereiro cairá numa quinta-feira, dia da semana em que normalmente não acontece nada no Congresso Nacional, os trabalhos começarão, de fato, na semana seguinte.
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), já estarão, contudo, semana que vem, em Brasília. E serão cobrados por deputados e senadores pelo silêncio sepulcral após a busca e apreensão determinada pelo déspota Alexandre de Moraes na residência e no gabinete do líder da oposição, Carlos Jordy, semana passada.
Nas dependências da Câmara. Estes dois capachos em potencial silenciaram e nada disseram a respeito de mais esta afronta porque têm uma série de pendências no STF.
Cara de paisagem
Mas não foram só eles. Entre deputados e senadores que a República definha, pouquíssimos foram aqueles que vieram a público condenar mais esse ato de arbítrio e de autoritarismo do presidente do TSE.
Tentáculos
Alexandre não comandará as eleições deste ano, mas influenciou na escolha dos ministros que estarão com a missão, a partir dos próximos meses, de pilotar o processo eleitoral. Mesmo ele estando fora da corte no período eleitoral, continuará com ascendência sobre a maioria dos votos. O que é preocupante para o pleito municipal deste ano.
Autocrata
Antes de falarmos em eleições, contudo, é preciso discorrer um pouco mais sobre Alexandre, o diminuto. Ele se considera o imperador do Brasil.
Conversa mole
O cidadão vem mandando e desmandando mais do que o presidente platonista. O próprio Executivo, a começar pelo Palácio do Planalto, também se torna submisso às suas investidas. Que de democráticas não têm absolutamente nada.
Rasgando a Constituição
Ficam com esse papinho de “estado democrático de Direito”. Lorota. O que estamos a acompanhar é a permanente violação da Constituição Federal. Que deveria ser preservada, resguardada e observada antes de mais nada pelo próprio Supremo.
Ao sabor do vento
Os despachos, as sentenças, os encaminhamentos das supremas togas são de acordo com os interesses, as conveniências de momento de Alexandre e sua turma.
Informação privilegiada
Já acompanhamos, semana passada, uma deputada petista de Santa Catarina, declarando que Bolsonaro vai ser preso. No mesmo diapasão, um conhecidíssimo advogado avisando que outros 18 deputados devem ser alcançados pela mão tirânica do imperador.
Carochinha
Independência e harmonia entre os poderes não existem há muito tempo. Essa é a grande realidade.
Censura em tempo real
Agora chegou a cereja do bolo. Alexandre, o diminuto, acertou com a Anatel para, em tempo real, on-line, acompanhar os portais, blogs e sites durante o período eleitoral. Investido de poderes, naturalmente, para derrubar postagens e inserções em tempo real. É a censura 2.0.
Como assim?
O que é isso? Que liberdade é essa? Onde estamos? As principais lideranças que poderiam se posicionar, assim, não o fazem. O Congresso está acovardado. Nem vamos falar deste desgoverno.
Submissão
Até porque a Justiça Eleitoral e o STF ajudaram, primeiro, a tirar Lula da Silva da prisão e a restabelecer seus direitos políticos. Ato contínuo, o TSE teve uma condução totalmente tendenciosa, capciosa durante as eleições de 2022.
Decano falastrão
Não exatamente nestes termos, mas Gilmar Mendes, diretamente de além-mar, declarou, no fim do ano passado, que foi o Supremo que tirou o Lula da cadeia e o devolveu ao poder. Simples assim.
Não é comigo
O Executivo tem que submergir e ficar muito quietinho. Agora, o acovardamento do Congresso Nacional é inexplicável. Se é assim, que fechemos para balanço e entreguemos o poder total ao Judiciário, estabelecendo um sistema de governo único. Pronto. E todos serão felizes. Não precisamos de poderes auxiliares ao Judiciário, que se submetam aos seus interesses. O quadro se agrava e os desdobramentos são imprevisíveis.