O Tribunal de Contas da União (TCU) finalmente acordou para a realidade e abriu, nesta quarta-feira (5), uma auditoria emergencial nas contas da Previ, o gigantesco fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O motivo? Um prejuízo absurdo de R$ 14 bilhões no Plano 1 só em 2024. Para quem não lembra, nos dois anos anteriores o fundo fechou no azul: R$ 5,6 bilhões em 2023 e R$ 5 bilhões em 2022. O que mudou?
Bom, alguém avisou antes da bomba explodir. Em 2023, o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) bateu de frente com a nomeação de João Fukunaga para presidir a Previ. Goetten levou o caso ao TCU, argumentando que a indicação era política e sem critérios técnicos. Afinal, Fukunaga é historiador, sindicalista e, até então, escriturário do Banco do Brasil. Experiência em gestão financeira e administração de um fundo bilionário? Zero.
Mas o TCU arquivou o pedido. E agora, menos de um ano depois, volta às pressas para investigar um rombo bilionário na entidade que deveria garantir a aposentadoria de milhares de brasileiros. A pergunta é: se tivessem ouvido Jorge Goetten lá atrás, estaríamos nessa situação agora?
O caso da Previ não é isolado. É a velha história da ocupação de cargos estratégicos por aliados políticos sem a devida qualificação. O resultado, quase sempre, é catastrófico – e o prejuízo, claro, fica para os trabalhadores.
Agora, resta esperar que essa auditoria traga respostas. Mas uma coisa já está clara: Jorge Goetten tinha razão.