Primeira vacina brasileira é financiada pelo governo federal e foi protocolada na quinta-feira
Iniciativa fomentada pelo MCTI deu entrada de pedido para início dos testes clínicos em humanos. O deputado federal Daniel Freitas esteve, no início da noite desta sexta-feira, com o Ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes para falar sobre a primeira vacina brasileira financiada pelo Governo Federal.
Na quinta-feira, 25 de março às 13h23, foi protocolado na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) o pedido de autorização para testes clínicos fases 1 e 2 da primeira vacina
brasileira, financiada pelo Governo Federal, a vacina MCTI BR. Antes mesmo da classificação pela
OMS da pandemia de Covid-19, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) criou,
em fevereiro de 2020, a RedeVírus MCTI, fórum de assessoramento científico de caráter
consultivo, para auxiliar na definição de diretrizes e prioridades no combate ao coronavírus pela
pasta.
A partir do estabelecimento das prioridades foram realizados investimentos em pesquisas que
promoveram o sequenciamento do vírus, a produção de testes diagnósticos com tecnologia
nacional, o reposicionamento de fármacos e o desenvolvimento de vacinas contra a doença,
bem como estudos sobre os impactos econômicos e sociais da pandemia. Neste contexto surgiu
a primeira vacina totalmente desenvolvida no Brasil pelo Governo Federal que conta com o
financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio de contratação
de grupo de pesquisa.
Os resultados dos estudos não-clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até o momento
demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da
Covid-19. A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade
humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo.
A vacina, que é financiada pelo MCTI e está dentro das estratégias estipuladas pela RedeVírus
MCTI, é fruto do financiamento da pesquisa coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva em
parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation.Recursos
Com a aprovação também na quinta-feira (25) pelo Congresso Nacional do Orçamento de 2021,
o MCTI tem garantidos R$ 200 milhões para o financiamento de estudos clínicos como
continuidade do desenvolvimento de vacinas brasileiras.
Protocolo na Anvisa
O imunizante tem como estratégia uma proteína recombinante do próprio SARS-CoV-2, tendo
como carreador a nanopartícula da plataforma Versamune®️, da PDS Biotech. A empresa já
apresentou à Anvisa dados pré-clínicos promissores e robustos em testes já realizados em
roedores com a proteína S1 associada à plataforma vacinal.
O número de protocolo na Anvisa é 25352692134202117 e o número do processo é
25351238531202157. O peticionamento foi realizado pela CEO da Farmacore, Helena Faccioli.
Segundo informações das empresas, serão usados vários locais de pesquisa e desenvolvimento
nos Estados Unidos e no Brasil para progredir no desenvolvimento clínico da vacina. A
Farmacore liderará os esforços regulatórios e de ensaios clínicos no Brasil, enquanto a PDS
Biotech continuará a contribuir com conhecimento científico e suporte operacional.