Projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina tem ganhado destaque na mídia nacional e em sites especializados em tecnologia. De autoria do deputado Marcius Machado (PL-foto), a proposta quer proibir a instalação da tecnologia 5 G no estado. Até versões on line de importantes veículos de comunicação, como o da Carta Capital, já abordaram a questão, destacando que o projeto nasce baseado em fake news. E em argumentos falaciosos, afirmando que o 5 G tem radiação mais forte por estar em frequência mais alta, de até 3,5 GHz. Isso seria uma grande bobagem, segundo especialistas. Correligionário de Machado, o deputado Nilso Berlanda também assinou a proposição.
Na justificativa da proposta, os parlamentares argumentam que “os meios de comunicação vêm divulgando apenas as vantagens que as redes sem fio 5G podem trazer”, deixando de lado supostos riscos para a saúde de humanos e animais. Para tal, a dupla cita um boato que viralizou na Internet em 2018 de que testes 5G teriam causado a morte de centenas de pássaros na Holanda. A história já foi desmentida por sites estrangeiros de notícias e de checagem.
Outro argumento utilizado na justificativa aponta para uma radiação “muito forte” do 5G em comparação com as tecnologias predecessoras, uma vez que “2G, 3G e 4G oscilam de 790 MHz a 2,6 GHz, [enquanto] a tecnologia 5G chega a 3,5 GHz”. Na realidade, frequências altas (incluindo as ondas milimétricas, como a faixa de 26 GHz que a Anatel deverá disponibilizar no leilão de 2020) não implicam em maior energia irradiada, nem em riscos adicionais. Até hoje, não há evidência científica que comprove o impacto da radiação não-ionizante gerada pelo sinal de telefonia móvel sobre a saúde de seres vivos.
ATUALIZAÇÃO – Deputado Nilson Berlanda retirou o nome do projeto. O parlamentar alegou, vejam só, que assinou a proposta por engano!