PSD e MDB; e vice-versa
Movimentação no tabuleiro pré-eleitoral de Florianópolis. Após ter acumulado desgaste há duas semanas a partir da deflagração da Operação Presságio, que derrubou dois de seus secretários, um do União Brasil e outro do PSD, o prefeito Topázio Silveira Neto resolveu colocar o pé no acelerador.
Mostrou que está apostando forte no projeto de reeleição. E não passou recibo sobre o episódio policial.
O que fez o PSD? Articulou, num intervalo de apenas 24 horas, o apoio de dois partidos a Topázio. Primeiro, o MDB e, na sequência, o Republicanos. Este segundo veio para o projeto do prefeito pelas mãos de Moisés da Silva, antecessor de Jorginho Mello no governo do estado. Moisés, vale lembrar, sequer chegou ao segundo turno do pleito de 2022, disputado pelo atual governador e pelo petista Décio Lima.
Quanto ao MDB, toda a costura foi engendrada pelo deputado federal Carlos Chiodini, presidente da seção estadual do Manda Brasa.
Clic
Chiodini posou para a foto ao lado de seu colega de bancada, Valdir Cobalchini, pai do presidente da Câmara da Capital, João Cobalchini, nome sempre lembrado para compor a majoritária. E que, evidentemente, também estava ali para o registro fotográfico.
Vácuo
Até porque o Republicanos não tem nome a apresentar e o União Brasil perdeu sua carta na manga depois que Ed Pereira foi alcançado pela Operação Presságio.
Caindo no colo
Soma daqui, subtrai dali e tem-se que tudo conspira em favor do MDB e do próprio Cobalchini, o filho. Está pintando uma dobradinha PSD-MDB na Capital.
Mão invertida
Além de Chiodini, o que chamou a atenção foi a presença do presidente MDB de Itajaí, Wilson Rebelo Júnior, no anúncio do apoio do partido a Topázio Silveira Neto.
Por que razão, Rebelinho, como é conhecido, estaria em Florianópolis? Presença que faz com que alguns observadores da cena estadual entendam que possa haver uma troca de apoio. O PSD tem, na cidade portuária, o nome do vereador Osmar Teixeira. O jovem parlamentar vem aparecendo bem nas pesquisas.
Domicílio
O MDB, a seu turno, quer emplacar o nome de Chiodini de candidato à sucessão de Volnei Morastoni, apesar de ele ter base em Jaraguá do Sul.
Digerindo
A presença de Osmar Teixeira na chapa poderia facilitar a assimilação do eleitorado itajaiense para a chegada de alguém que estaria transferindo domicílio eleitoral.
Posições
Em Itajaí, portanto, poderá ocorrer a inversão de papéis em relação à Capital, tendo o MDB na cabeça (Chiodini) e o PSD de vice (Osmar Teixeira).
Afunilando
Quem observa isso tudo é o PL de Jorginho Mello. Se a cartada no eixo Capital-Itajaí for essa trata-se de uma troca de figurinhas entre PSD e MDB.
Distância
O governador não mantém qualquer expectativa relativamente aos pessedistas. Mas alimentava esperanças de algumas composições estratégicas com o MDB já no pleito municipal deste ano. O Manda Brasa é o partido que o líder liberal catarinense deseja ter como parceiro preferencial no projeto de reeleição em 2026.
Outro caminho
Essa movimentação em Florianópolis, muito provavelmente com desdobramentos em Itajaí, pode levar Jorginho a não estar alinhado nem com Topázio na Capital e muito menos com Chiodini em Itajaí.
Dupla
Na cidade portuária, o PL dispõe de duas opções: Robison Coelho, respondendo interinamente pela Secretaria de Portos e Aeroportos do Estado; e Rubens Angioletti, vereador.
Pureza
O governador pode estar raciocinando na direção de lançar chapa pura em Itajaí. Para Florianópolis, o caminho mais provável seria buscar entendimentos com o PP. Ou apresentar um nome que ainda não ganhou holofotes para entrar na disputa pela prefeitura da Capital dos catarinenses.
Calorão
O ano começou quente. Com a chegada de fevereiro, as conversações vão se intensificar para, depois das águas de março, observarmos, em abril, a desincompatibilização dos candidatos para as eleições municipais de outubro. O próximo trimestre promete ser recheado de fortes emoções no cenário político Barriga-Verde.