O PSD, partido em que algumas figuras catarinenses em suas fileiras tentando parecerem mais bolsonaristas do que o próprio Bolsonaro, é o autor da ação que pede a cassação do mandato do senador Jorge Seif.
A peça, que é uma coleção de ilações levianas, foi rejeitada por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), ganhou parecer favorável, vejam só, do Ministério Público Eleitoral em âmbito federal. Isso Brasília, TSE, onde atuam as supremas togas, o olimpo, a área reservada aos intocáveis.
Não custa lembrar que Jair Bolsonaro chama Jorge Seif de 06, tamanha a proximidade do empresário junto ao ex-presidente e sua família.
O PSD também é governo Lula III desde a primeira e faz bloco com o PT no Senado, a sintonia é impressionante.
Não por acaso, Bolsonaro colocou o PSD em sua lista de desafetos. O que vem gerando apreensão nas fileiras pessedistas.
O medo é tanto que já andam soltando vídeos antigos, como um de Bruno Souza, que até há pouco tempo era filiado ao Novo, criticando o governo. No caso de Souza, a publicação resgatada era uma crítica à Casan. O objetivo é tentar barrar a candidatura do ex-deputado em Florianópolis. Ainda mais considerando-se que a eleição municipal nas grandes cidades deve ser absolutamente polarizada. No caso de Santa Catarina, o Fla x Flu será potencializado, provavelmente, pela eleição suplementar ao Senado.
Aí entra o PT, que vai tentar pegar as cadeiras de Seif em Santa Catarina e de Sérgio Moro no Paraná.
As estratégias de PSD e PT têm tudo para serem furadas. O prefeito de Chapécó, João Rodrigues, por exemplo, que se diz bolsonarista de carterinha, em momento algum criticou essa ação do PSD contra Seif. Além de degolar o senador, o objetivo do partido é guindar Raimundo Colombo à Câmara Alta sem necessidade de nova eleição, o que não foi aceito pelo MPF.
ESTRANHO
Por fim, não custa lembrar, ainda, que um dos signatários do processo contra Seif é o presidente da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, David La Barrica. O parlamentar conta com a simpatia do prefeito Fabrício Oliveira – em fim de mandato – e é um dos nomes que o alcaide colocou na roda para sua própria sucessão.
O prefeito vai contra o deputado Carlos Humberto, do PL, hoje líder do governo na Assembleia Legislativa. O que pode favorecer a candidatura de Juliana Pavan, vereadora que é filha do ex-governador Leonel Pavan. A família Pavan oficializa seu ingresso no PSD nesta segunda-feira, 11. Ou seja, apesar de ter se filiado ao PL na reta final da campanha de 2022, Fabrício Oliveira faz de tudo para favorecer o PSD e enfraquecer o PL em Santa Catarina.
Seja dando espaços para David La Barrica, que foi candidato a segundo suplente de senador na chapa de Raimundo Colombo em 2022; seja trabalhando contra Carlos Humberto. E o mais interessante nisso tudo: o governador Jorginho Mello não arbitra as questões envolvendo o menino marqueteiro.