Coluna do dia

PSD rachado

Ontem foi um dia decisivo para o futuro do PSD. Estava marcada, para o fim da tarde, uma reunião com as principais lideranças da sigla em Santa Catarina. O grupo liderado pelo deputado Julio Garcia e pelo prefeito João Rodrigues (Chapecó) parece ter o controle da sigla e está impondo algo surreal.
O partido está rifando um ex-governador de dois mandatos, Raimundo Colombo, para apoiar um nome de outro partido, o ex-prefeito da Capital, Gean Loureiro.
Ele é do União Brasil, que detém apetitosos fundos eleitoral e partidário, mas não dispõe da capilaridade alguma no território catarinense.
Tem cinco deputados, quatro estaduais e um federal. Mas não tem um prefeito sequer de cidade média ou grande.
Argumenta-se que o PSD vai fornecer a capilaridade de que o UB não dispõe. Será? O PSD não vai inteiro neste projeto. Prefeitos estão desembarcando (Wilson Trevisan) ou anunciado apoio a outro projeto, caso de Dorival Borga, de Videira.

Ex-governador

Raimundo Colombo, ex-governador de dois mandatos, jogou a toalha ontem antes da tal reunião que sacramentaria a rasteira que passaram nele. Está fora da cabeça de chapa. Não resistiu à pressão em favor de Gean Loureiro capitaneada pelo grupo de Julio Garcia e João Rodrigues.
Trata-se de uma grande perda. Enfraquece o partido. Colombo aparece, em média, com o dobro das intenções de votos do que o próprio Gean em pesquisas internas. Já para o Senado, o quadro é diferente e Colombo terá grandes dificuldades. Caso ele decida concorrer novamente à Câmara Alta.

Ex-chefe

O ex-chefe da Casa Civil de Moisés da Silva é de Faxinal dos Guedes, município pequeno, próximo de Chapecó, onde o pai foi três vezes prefeito. É umbilicalmente ligado João Rodrigues e Julio Garcia.
Mas nunca disputou mandato eletivo. Deve ser o nome do PSD para compor de vice de Gean Loureiro. Sobra o Senado para Raimundo Colombo, que ainda não se decidiu sobre esta possibilidade.

Fator PP

O PP ou vai com Moisés da Silva ou com Jorginho Mello. Dependerá do MDB. Se o Manda Brasa fechar com o governador, o PP não estará com Moisés e vice-versa.

Tucanos aninhados

O PSDB, indiscutivelmente, seguirá caminhando com o chefe do Executivo. Situação que ficou cristalina após a declaração de Clésio Salvaro, hoje principal liderança do partido.
O prefeito de Criciúma recebeu a visita de Gean Loureiro e logo em seguida se posicionou na direção de Moisés da Silva durante o fim de semana.

Ilha

Mas não é só isso, somente o isolamento das duas siglas: PSD e UB. O partido já perdeu o prefeito de São Miguel do Oeste, Wilson Trevisan. São Miguel é uma cidade do Oeste, área que deveria estar sob influência de João Rodrigues. O mesmo raciocínio vale para Videira, de Dorival Borga. Pergunta-se, onde está a suposta musculatura política do alcaide chapecoense, que até o fim de março tentava se viabilizar como cabeça de chapa?

Sintomático

Borga e Trevisan estão alinhados a Moisés. Se este apoio de prefeitos e deputados vai render votos lá na ponta a Moisés da Silva daí é outra história. O racha no PSD, contudo, é evidente. Outras lideranças devem apresentar defecções se o partido realmente insistir nesse projeto com o União Brasil.

Pegando fogo

No MDB, o quadro é semelhante. Alguns mandatários atuam para uma aliança com o governador. As bases, a seu turno, querem candidatura própria na figura de Antídio Lunelli.

Passivo judicial

Outro aspecto que pode rachar definitivamente o PSD. Os dois líderes desse movimento pró-Gean Loureiro têm suas controvérsias, suas fraturas política. Julio Garcia é arrolado na Operação Alcatraz. João Rodrigues tem situações pretéritas, à la Papuda, que não o favorecem.

Açodamento

O clima é de tensão e de muita disputa nos bastidores. Também pelo açodamento de algumas cabeças coroadas, que correm para tentar “decidir” agora, três meses antes das convenções homologatórias.

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