O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi o candidato do PSD ao governo do estado em 2022. Chegou em quarto lugar. Ele foi para a disputa abrigado no União Brasil, resultado da fusão do PSL com o Democratas. O PSD integrou a chapa majoritária, indicando o candidato a vice, o atual presidente do partido do estado, Eron Giordani.
E para o Senado o nome foi o de Raimundo Colombo. Ou seja, duas vagas para os pessedistas na majoritária que não obteve êxito.
Gean Loureiro passa uma temporada na Austrália, devendo retornar só no final do ano. Seu sucessor no paço florianopolitano foi Topázio Neto, que assumiu em 31 de março do ano passado com a renúncia de Gean para concorrer ao governo.
O empresário e hoje prefeito acabou se filiando ao PSD. Até para que ficasse como um fiador do entendimento entre as duas siglas. O PSD-SC vem avançando, filiando novos prefeitos e lideranças importantes.
Modus operandi
Muitos atribuem essas adesões a cooptações, o modus operandi do comando pessedista mesmo dentro do círculo de partidos que podem ser seu aliado ali adiante novamente, como é o caso do União Brasil. Na realidade atual, o assédio do PSD sobre os prefeitos não preserva o UBl. Vamos ficar só num caso que não é único.
Data
O prefeito de Navegantes, Liba Fronza, deve anunciar e consumar a filiação ao PSD-SC no próximo dia 26. Ele é candidato à reeleição na cidade portuária e está deixando o UB para engrossar as hostes pessedistas.
Destino
Considerando que o PSD é o partido de Topázio, a dedução óbvia é a de que Gean Loureiro seguirá o mesmo caminho, buscando abrigo no PSD-SC. Por que ele continuaria no União Brasil nesse contexto de enfraquecimento para aqueles que foram aliados dele no ano passado?
Natimorto
Aliás, o União Brasil não tem a menor perspectiva de futuro, seja em Santa Catarina ou no Brasil. Constitui-se num partido natimorto. A grande verdade é que a fusão de PSL e DEM não deu certo. Isso nos permite raciocinar que o PSD transforma-se no grande bastião de resistência ao projeto de reeleição de Jorginho Mello ao governo do estado em 2026. Atuando em sintonia com o PT, evidentemente.
Projeções
Ah, mas o governo Jorginho Mello sequer completou o primeiro ano de mandato. Sim, mas tanto ele quanto os seus adversários, os que ocupam a trincheira oposicionista, já estão de olho em 2026. Processo que passa, naturalmente, pelas “prévias” municipais de 2024.
Ladeira abaixo
Outro partido nesse espectro é o PSDB que, a exemplo do UB, definha à luz do dia.
Outros partidos poderão participar de um grande consórcio eleitoral visando desalojar Jorginho Mello do Centro Administrativo em 2026.
Canhotos
Essa construção de esquerda e centro-esquerda passa, ainda, pela eleição da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa em fevereiro de 2025, quando o PSD-SC já articula em favor da petista Luciana Carminatti.
Já há indicativos fortes de que o PSD, União Brasil e o PSDB vão estar todos juntos. O entendimento com o PT para o primeiro turno poderá ser informal para depois se unirem em eventual segundo round no próximo pleito estadual.
Tríplice
Diante dessa grande articulação só restará Jorginho Mello um movimento claro, cristalino. Trazer ainda mais para perto de si e para dentro do governo o MDB e o PP. Simples assim. Estamos falando de dois partidos antagônicos desde o restabelecimento das eleições diretas aos governos estaduais lá em 1982.
Experiência recente
Só que no próprio governo Moisés já houve uma aproximação entre emedebistas e progressistas. E tiveram uma convivência harmoniosa, que não foi eleitoral, mas foi administrativa e na Assembleia. Agora mais do que nunca a rivalidade vai ficando cada vez mais restrita aos municípios.
Nomes
Novamente, o MDB e o PP ocupam o mesmo espaço administrativo. Pelo Progressistas, temos o ex-presidente do partido e da Alesc, o ex-deputado estadual Silvio Dreveck, hoje respondendo pela Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços.
Representando o MDB está o deputado estadual Jerry Comper, titular da pasta da Infraestrutura e Mobilidade.
Mexidas
Os sinais vão indicando que, ao natural, Jorginho Mello venha a reforçar a participação dessas duas legendas na reforma do secretariado que vier a implementar muito provavelmente ainda no primeiro bimestres de 2024.
Duas frentes
Ali deve ocorrer a desincompatibilização daqueles colaboradores, especialmente de primeiro escalão, que vierem a concorrer nas eleições municipais. Ou seja, é o PL de Jorginho formando uma tríplice aliança com o MDB e o PP para enfrentar PSD, PT e agregados que venham a se posicionar como resistência ao atual governo em Santa Catarina.