Enquanto cardeais de alto coturno de PSD e PMDB se digladiam nos bastidores e em público tendo como pano de fundo a sucessão de Raimundo Colombo, tucanos de espessa plumagem observam, de camarote, a disputa entre os dois principais sócios do atual consórcio governista.
O PSDB ganhou musculatura significativa em 2016 e os discursos vão ganhando corpo para que a legenda lance, novamente, cabeça de chapa no ano que vem. A situação do tucanato é confortável. O partido tem dois senadores. Paulo Bauer (foto) tem recall. Já disputou o governo e por muito pouco não forçou o segundo turno com o Raimundo Colombo. Dalírio Beber assumiu após a morte de Luiz Henrique da Silveira. Muito embora venha se destacando pelas posições firmes e pelo estilo agregador, não é alternativa para a majoritária (a menos que o PSDB vá de chapa pura, o que é muito pouco provável). Dalírio tem boas perspectivas para disputar a Câmara Federal.
Mas há outra opção dentro do ninho. Napoleão Bernardes, o prefeito de Blumenau, jovem, dinâmico, inovador e que também sabe agregar politicamente. A pedra no caminho do alcaide, contudo, é semelhante à de Udo Döher: teria que renunciar à prefeitura em abril. Só que o prazo fatal para a homologação da candidatura em convenção partidária só expira em julho!
Lembrete!
Não custa lembrar que em 2014, PSDB e PP compuseram a majoritária que deu muita dor de cabeça aos candidatos à reeleição. Poderiam estar novamente juntos em 2018? A conferir! Também nunca é demais rememorar que Paulo Bauer foi vice-governador justamente na última gestão de Esperidião Amin (1999-2002).
Divisão
Mas nem tudo é alegria nas hostes tucanas. O partido dividiu-se claramente após o ingresso na administração estadual, ocupando duas pastas de ponta. No começo, o comando partidário quis dar a entender que a opção era puramente pessoal de apenas dois deputados.
Batendo asas
O fato, contudo, é que outros deputados já aderiram, assim como prefeitos que precisam do apoio do Centro Administrativo para suas realizações. Neste contexto, há um clima constante de disputa interna entre os cardeais emplumados.
Rumo: PDT
Conforme a coluna vem adiantando desde o ano passado, em primeiríssima mão, o deputado federal Décio Lima, ex-prefeito de Blumenau, está com um pé e 75% do outro no PDT. Dentro de uma evolução calculada dos fatos divulgados, agora o deputado estadual Rodrigo Minotto convidou oficialmente o ainda petista para se inscrever no PDT, colocando-se como alternativa majoritária para o pleito de 2018. Durante o encontro, Décio falou ao telefone com o presidente da seção Barriga-Verde do partido, ex-ministro Manoel Maneca Dias.
Não nega
Décio Lima, o mais expressivo quadro do PT catarinense, já não nega mais a possibilidade. Diz que está avaliando e que se sente muito honrado com o convite.
Eleições no MPSC
Promotores e Procuradores de Justiça da região Oeste participaram, em Chapecó, do primeiro debate entre os candidatos ao cargo de Procurador-Geral de Justiça do Estado. A pauta das discussões incluiu questões institucionais – como a atuação das Promotorias de Justiça e a infraestrutura do MP, e também sociais – como o combate ao crime organizado e a defesa de áreas como saúde e educação.
Polarização
Os candidatos Gercino Gerson Gomes Neto e Sandro José Neis (atual procurador geral) foram mediados pelo vice-presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, João Ricardo Santos Tavares. O evento, tradicionalmente promovido pela Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), terá nova rodada, em Florianópolis, na próxima quinta-feira, véspera da votação.