Mais uma semana pródiga em novos e estarrecedores fatos políticos, que na verdade, estão nas sessões policiais dos veículos de comunicação.
Ontem, o presidente Michel Temer e os amigões e ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha foram notificados formalmente acerca da segunda denúncia do ex-PGR Rodrigo Janot, que os acusa de envolvimentos cabeludos em esquemas de corrupção e de obstrução de Justiça. O processo começou a tramitar na Câmara, sem fatiamento, na terça-feira. Todo aquele rito de negociatas no balcão do Planalto envolvendo deputados será retomado o quanto antes. Os reais custos dessa pantomima o país vai saber um pouco mais adiante. Mas o fato é que o governo mal consegue respirar e volta à paralisia – apesar dos factoides para demonstrar que a máquina está funcionando – sob o efeito da segunda flechada de Janot, para salvar o pescoço de Temer.
O distinto público também tomou conhecimento, esta semana, da carta-bomba de Palocci, que detonou de vez Lula da Silva e Dilma Rousseff. Também veio a público um recibo grosseiramente falsificado para tentar justificar o pagamento de aluguel de um apartamento usado por Lula, que na verdade seria bancado via propina da Odebrecht. A data do dito cujo não consta no calendário ocidental: 31 de junho de 2014. House Of Cards fica no chinelo.
Aécio e Dirceu
Para arrematar, Aécio Neves está “semi-preso”. À Noite, é obrigado a ficar em casa por decisão do STF a partir de seu envolvimento em corrupção. E, claro, a cereja do bolo veio do TRF-4, que aumentou a pena de Zé Dirceu em 10 anos. Ainda faltam dois meses e meio para 2017 acabar. Certamente, muitas emoções agitarão a plateia.
Corporativismo
Cássio Cunha, vice-presidente do Senado e correligionário de Aécio, avisou que o plenário da Casa deve se manifestar acerca da “medida cautelar” que prende o tucano à noite em casa. Para o paraibano, o STF decretou foi a prisão do mineiro, o que, se ficar caracterizado, é inconstitucional. Cunha Lima declarou que o Senado deve derrubar a decisão do Supremo.
Adeus a Mescolotto
Direção do PT-SC lamentou o falecimento de Eurides Mescolotto, 67, ocorrido na madrugada de quarta-feira. Ele foi vítima de um câncer. O corpo foi cremado em Palhoça, na Grande Florianópolis, ontem no fim da tarde.
Mescolotto foi o primeiro candidato do PT ao governo catarinense, lá em 1982, quando ainda era casado com a então sindicalista Ideli Salvatti.
Trajetória em SC
Ele também foi presidente do PT Barriga-Verde e no governo Lula presidiu o extinto Besc e a poderosa Eletrosul.
Mescolotto e Ideli são paulistas. Chegaram a Santa Catarina, por Joinville, no final da década de 1970. Para o acolhimento político dos ex-sindicalistas na cidade catarinense, houve uma conversa entre Lula da Silva e o então prefeito joinvilense, Pedro Ivo Campos.
Mineração
Durante a quarta reunião da comissão mista que analisa a MP 790, que muda o código de mineração no país, que acaba de acontecer em Brasília, a deputada Geovania de Sá convidou o relator da medida provisória, senador Flecha Ribeiro, para ouvir o setor catarinense e ele atendeu ao seu pedido.
Participação
A audiência acontecerá na Satc (Associação Beneficente da Indústria Carbonífera) de Criciúma, próximo dia 5, e vai envolver empresários e entidades do setor. “Quando aceitei o convite para ser a presidente da comissão, identifiquei uma grande oportunidade de equilibrar o crescimento econômico e a sustentabilidade do país. Santa Catarina precisa participar do diálogo”, finaliza a deputada.