Analisando friamente, esse negócio de duas chapas para disputar o diretório, a executiva e a presidência do PSDB Barriga-Verde é um negócio de maluco. No melhor estilo samba do crioulo doido, o partido corre o risco de dar uma derrapada daquelas, em um momento onde há boas perspectivas de crescimento.
Hoje (27.5), Leonel Pavan (E) anunciou que está fechado com Marcos Vieira (D), que já contava com o apoio de Serafim Venzon (assinando a adesão à chapa). São três deputados estaduais liderando uma ala, portanto. Na outra ponta, Paulo Bauer conta com o apoio de Marco Tebaldi, deputado federal, e Vicente Caropreso, estadual, que é de Jaraguá do Sul, cidade natal do senador tucano. No meio das costuras, o outro senador, Dalírio Beber, e a deputada federal Geovânia de Sá pularam fora e não querem constar em nenhuma das chapas.
Isso tudo significa o seguinte: se der Bauer, o comando do partido ficará com pelo menos três deputados estaduais de fora. Se der Vieira, não haverá um senador sequer na chapa e nenhum deputado federal. Mas como em política até vaca pode voar, é possível que isso aconteça.
A menos que haja uma intervenção federal, prorrogando o mandato do atual presidente, o próprio Paulo Bauer. Semana passada, quando Dalírio Beber tomou posse no Senado, Aécio Neves sugeriu o seguinte a Dalírio e a Vicente Caropreso, que já foi presidente estadual do PSDB: “Vocês se entendam lá, pelo amor de Deus.” Foi uma sugestão e pode ter sido um aviso. Tudo o que o senador mineiro não precisa agora é de um PSDB enfraquecido nos Estados. Especialmente em Santa Catarina, onde ele obteve as duas maiores vitórias proporcionais nas eleições presidenciais do ano passado. (ATUALIZAÇÃO DAS 19:48 – DEPUTADA GEOVÂNIA DE SÁ FECHOU COM BAUER. DALÍRIO DEVE SER O PRÓXIMO)
Foto: PSDB, divulgação