Deputados do PSDB reprovaram a declaração do Partido dos Trabalhadores que exalta a Venezuela como um “exemplo de democracia”. A afirmativa foi dada nessa segunda-feira (17) em nota assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em que celebrou as eleições regionais do país, realizadas no domingo.
Segundo o deputado Eduardo Barbosa (MG), não se pode considerar democrático um país que usufrui de manipulação de informações e estratégias não convencionais para se manter no poder. Para ele, a declaração do partido só enfatiza o modelo petista de democracia, que “infelizmente é uma posição negativa para sociedade brasileira”.
“Na realidade o governo venezuelano é um poder totalitário com manipulação das pessoas. O governo Maduro se mantém no poder com domínio das forças armadas, do Poder Judiciário e das instituições, o que contrapõe o fator democrático. As instituições têm de ser independentes”, destaca o tucano.
As eleições regionais na Venezuela aconteceram após vários meses de manifestações contrárias ao governo de Nicolás Maduro, em que 125 pessoas foram mortas. O pleito contou com a participação de 61,14% do eleitorado venezuelano. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o chavismo venceu em 17 de 23 estados. A Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão opositora e que acusa o órgão de atuar em favor do governo, não reconheceu os resultados, principalmente pelo fato das pesquisas eleitorais terem a apresentado como vencedora em até 18 estados.
“Este dia será lembrado como o dia de uma vitoriosa jornada de democracia, onde mais de 60% do eleitorado atendeu à convocação democrática e compareceu, de maneira cívica e pacífica, manifestando seu apoio à paz, à democracia e à soberania na Venezuela”, disse Gleisi Hoffmann.
“É uma declaração absurda, que não merece ser levada em conta porque todos nós sabemos as dificuldades pelas quais passa o povo venezuelano: sem alimentação, com desemprego, buscando países que fazem divisa com a Venezuela”, afirma, destacando que o Brasil é um dos destinos de fuga da população venezuelana.
Como membro da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Macris afirma que não há sentido uma declaração dessas fazendo referência a um país com uma “economia absolutamente degradável” e que não garante direitos mínimos à população.
Por meio das redes sociais, os deputados Rogério Marinho (RN) e Daniel Coelho (PE) repudiaram a declaração destacando-a como um apoio à ditadura.
(Sabrina Freire/ Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)