Em maio, o TSE cassou, de forma injusta, o mandato do ex-prefeito de Brusque, Ari Vequi, do MDB. Assumiu interinamente o presidente da Câmara, André Vechi, filiado ao Democracia Cristã. Os dois não têm parentesco.
Paulo Molina foi o candidato apoiado pelo emedebista Vequi. São correligionários. Em meio às articulações para as eleições, observou-se uma pulverização de candidaturas na cidade, onde o eleitorado é conservador e bolsonarista.
Além de Molina, candidato de Vequi, o próprio André Vechi disputou, assim como o vereador Alessandro Simas, do PP, e Paulo Eccel, o único da esquerda, filiado ao PT.
O contexto sinalizava para a eleição de Eccel. Afinal, ele era o único representante da esquerda contra três candidatos da centro-direita. Brusque não tem segundo turno.
O petista virou favorito. Mas teve um desempenho sofrível. Ficou em terceiro lugar, suplantando apenas Molina.
Eccel, ex-prefeito de dois mandatos, perdeu para os candidatos de Jorginho Mello, André Vechi, e para o candidato do ex-prefeito de três mandatos, Ciro Roza, que é filiado ao PSD, partido que indicou o vice de Simas.
Sova
O PT levou uma surra nas urnas. Trata-se de uma sinalização explícita para o pleito de 2024. Não é um caso específico apenas da figura de Paulo Eccel, que tem seu desgaste na cidade, mas é o desgaste do PT. O partido, aliás, coligou-se com o PSDB em Brusque.
Ligações
Não por acaso, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, hoje filiado ao PSB, marcou presença na cidade, trazido pelo presidente nacional do Sebrae, Décio Lima. Interessante é que o presidente não deu o ar da graça em Brusque. Mandaram o vice para tentar, de alguma forma, ajudar Eccel. Se Lula viesse, talvez a derrota do PT seria ainda mais acachapante.
Lavada
André Vechi abriu quase 12 mil votos sobre o PT. Além do novo prefeito, o grande vitorioso do pleito é o governador Jorginho Mello. Vechi já assinou ficha no PL. Resta saber quando será feito o anúncio.
A diplomação do novo prefeito será no dia 21 de setembro, e sua investidura ocorrerá no dia 25.
Liberais
O vice eleito é do PL, sigla que passa a administrar uma cidade que está entre as 12 maiores do Estado. Vitória maiúscula de Jorginho Mello, deixando na estrada o PSD, o PT e o PP, além do MDB.
Os pessedistas, registre-se, ganharam recentemente uma cidade importante: Tubarão. Mas no voto indireto de apenas 15 vereadores.
Tapetão
Esse, aliás, é o PSD. Gosta de um tapetão, de eleição indireta. Vencer entre a população, no voto, é trabalhoso demais para o partido.
Encorpando
Brusque já é uma sinalização de que o PL poderá realizar uma eleição municipal alentadora em 2024. Fala-se em eleger até 100 prefeitos pela sigla liberal. É um exagero, mas se fizerem de 60 a 70 prefeituras já será um grande resultado.
Murchando
O MDB vai encolher mais. De suas 100 prefeituras, deve ficar com umas 70. O PP e o PSD podem ganhar entre 50 e 60 cidades.
Desastre Anunciado
E o PT? Esse não se cria em Santa Catarina. A derrota de Paulo Eccel também é a de Décio Lima, ex-prefeito de Blumenau, que nasceu em Itajaí.
Nanismo
O presidente do Sebrae começa a observar que as perspectivas do PT em Santa Catarina, mesmo com Lula na presidência, são desesperadoras.
Em 2022, o PT chegou ao segundo turno no Estado. Resultado atípico, possibilitado muito mais pela pulverização de nomes na centro-direita do que propriamente pela força da esquerda entre os catarinenses.