Um verdadeiro show de horrores a atuação do chamado centrão (que reúne políticos e partidos absolutamente fisiológicos) para aprovar o fundão eleitoral na Câmara dos Deputados.
O Senado havia dado uma bela moralizada no texto que já tinha passado pela Câmara. Mas não adiantou muito. Apesar de suas excelências manterem o valor de R$ 1,7 bilhão, outro pontos foram retomados. Uma excrescência só. Tudo sob a batuta do presidente da Casa, Rodrigo Maia, condução que merece repúdio.
A partir da próxima campanha, vejam só, o dinheiro público – o meu, o seu, o nosso – poderá pagar advogados e contadores dos candidatos. Sobretudo, obviamente, os que cometerem “deslizes”, ferindo a legislação eleitoral. Ou seja, o sujeito poderá usar o dinheiro público para fazer campanha a cargo público normalmente onde se pagam grandes salários e estruturas milionárias, e, se resolver burlar a lei, usará também dinheiro público para se defender e realizar sua contabilidade oficial. Para arrematar, os nobres deputados estenderam o prazo para a prestação de contas e estabeleceram a possibilidade de as legendas adquirirem imóveis com recursos públicos!
Redes sociais
Suas excelências aprovaram, ainda, a possibilidade de usar o suado dinheiro dos impostos nas campanhas eleitorais pela internet. Uma farra, uma festa, mais um tapa na cara de quem trabalha e produz.
Caixa 2
As mudanças, sobretudo as possibilidades de se contratarem advogados e contadores, abre uma bela brecha para a famigerada prática do caixa 2. Ou alguém aí consegue balizar, quantificar o quanto valem bons advogados e contadores na estrutura de campanha? Como diria o filósofo contemporâneo: Rodrigo Maia e o centrão fizeram o diabo!
Veta, Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro tem a prerrogativa de vetar as excrescências eleitorais da Câmara. Na internet, o veta, Bolsonaro, já começou. Resta saber se o presidente está disposto a pagar esta fatura política ou se ficará em débito com os bandalheiros do centrão.
Novos cargos
Já na Assembleia, os deputados estaduais aprovaram duas novas promotorias em Florianópolis de entrância especial (41ª e 42ª). O texto aprovado transforma, ainda, oito cargos de promotor de Justiça substituto em promotor especial e cria dois cargos de promotor e 33 comissionados. A coluna aplaude e sempre reconhece o trabalho do MPSC. Em sua maioria, são pessoas comprometidas com as causas da sociedade. Mas criar novas estruturas agora vai na contramão das necessidades dos pagadores de impostos.
Lava Jato
O Senador Jorginho Mello se reuniu com o candidato a procurador-geral da República, Antônio Aras. O indicado pelo presidente Jair Bolsonaro precisa ser sabatinado pela CCJ do Senado, comissão que Jorginho Mello é vice-presidente. Durante a conversa, o senador catarinense ressaltou os avanços da Operação Lava-Jato e o apoio ao combate à corrupção.
De volta mapa
Como registramos na coluna de ontem, Moisés da Silva tinha agenda de anúncios importantes ontem em Laguna, sobretudo a estadualização do Porto Pesqueiro, uma bandeira levantada pelo deputado Felipe Estevão. Foi a segunda visita oficial do governador à Cidade Juliana. No Sul, já se comenta abertamente que a cidade voltou ao mapa político e administrativo de Santa Catarina.