Os investimentos em formação profissional e agregação de tecnologia foram fundamentais para colocar o Brasil na condição de líder mundial do crescimento em produtividade. A avaliação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, ao mencionar que o País cresce o dobro da média mundial, conforme estudo divulgado na última semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Essa liderança é oriunda da transformação tecnológica aliada ao aumento da produtividade constatada nas propriedades rurais brasileiras Os investimentos em mecanização e biotecnologia nos últimos 20 anos foram decisivos para o crescimento da produtividade da agricultura brasileira, levando o Brasil a liderar o ranking com 187 países. No comparativo internacional, o Brasil apresentou um crescimento da PTF (Produção Total dos Fatores) de 3,2% ao ano, enquanto a média mundial ficou em torno de 1,7%. Atrás do Brasil, vêm a Índia (2,93%) e Portugal (2,22%).
O estudo do IPEA revela ainda que o Brasil começou a liderar a produtividade mundial a partir dos anos 2000, quando passou a crescer acima da taxa apresentada pelos principais produtores mundiais, como Estados Unidos, China, Argentina, Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Chile, dentre outros.
Pedrozo assinalou que o investimento brasileiro em pesquisa, inovação e a transferência de tecnologias nas cadeias produtivas agropecuárias – especialmente na avicultura, suinocultura e pecuária leiteira – foram fundamentais. O estudo constata o papel da biotecnologia e seu impacto na produção agrícola, aumentando a produtividade. A aplicação de biotecnologia permite reduzir o uso de defensivos agrícolas, além de outros custos inerentes aos cuidados necessários para o desenvolvimento da produção. O uso de tecnologia e novos sistemas de produção, aliada às condições tropicais do Brasil, resultou na alta produtividade e competitividade alcançadas.
O estudo elaborado pelo IPEA concluiu que a qualificação dos recursos humanos do campo foi o caminho para o avanço da mecanização e, consequentemente, da produtividade. Para corroborar com essa constatação, o presidente da FAESC menciona o programa de assistência técnica e gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) em Santa Catarina. Desde que foi criado em 2016, o programa ATeG na área de pecuária de leite atendeu mais de 5200 produtores em 202 municípios catarinenses. Atualmente, a iniciativa contabiliza 72 grupos com 2050 produtores no Estado. O presidente também mencionou números do ATeG na pecuária de corte: desde que foi criado em 2016, o programa atendeu mais de 3000 produtores em 197 municípios catarinenses, onde foram formados 56 grupos com 1680 produtores.
“A qualificação profissional dos produtores e o crescente emprego de tecnologia estão permitindo aumentar a produção, a produtividade e a qualidade final do produto agrícola e agropastoril”, encerrou o dirigente.