Sou industrial há 35 anos e, em nenhum momento tivemos dificuldades competitivas tão grandes. O custo Brasil tem imposto, a indústria brasileira prejuízos sem precedentes na história, e, o reflexo disso é a perda de emprego. Milhões de brasileiros ainda perderão emprego neste ano.
Como cidadão do mundo, com empresa internacionalizada há muitos anos, sempre acreditei que um País sem indústria forte é um País fraco. Um País não pode oferecer boas condições de vida para o seu povo se não agregar valor aos produtos e serviços.Isso se faz através da indústria de transformação.
Infelizmente este governo míope resolveu acreditar na venda de commodities, principalmente no petróleo. Todos nós presenciamos a farra eleitoreira com que se anunciou a exploração do Pré-sal e não tiveram a capacidade de perceber que a festa já estava acabando. Hoje, enquanto os Árabes extraem petróleo a menos de U$$10 o barril, aqui o custo é superior a U$$ 40. Resultado: além da roubalheira, decisões politiqueiras quebraram a maior empresa brasileira.
A energia elétrica subiu para a indústria nos últimos 12 meses aproximadamente 100%, isto porque ao invés de incentivar a produção de energias renováveis como as hidroelétricas, eólicas e solar, preferiram investir nas termoelétricas que tem custo elevadíssimo, e acharam que teríamos condições de pagar a conta de tanta ineficiência.
Poderíamos acrescentar ainda a falta de investimento em infraestrutura e logística, quase tudo transportado por caminhões sem termos sequer estradas. Atualmente vemos centenas de empresas se instalando no Paraguay em busca de condições competitivas, outras fechando suas operações, e infelizmente o povo perdendo o emprego.
Este governo não consegue enxergar que capital não tem Pátria e ninguém vai investir em um País que não oferece as mínimas condições competitivas e segurança jurídica. Infelizmente este é o retrato do Brasil de hoje e infelizmente esta realidade não mudará em curto prazo e a tendência é que ainda vai piorar, pois este governo não tem capacidade e muito menos credibilidade para oferecer qualquer mudança de rumo ao país.
Milton Hobus, secretário da Defesa Civil.