Quarteto perto do fim
Três partidos têm seu futuro praticamente selado e nada promissor. Além do PSDB, que se encontra em uma federação moribunda com o Cidadania, o Podemos e o União Brasil também veem seus dias contados, especialmente na realidade catarinense. O Podemos já antecipa que nacionalmente integrará essa falida federação. Assim, em Santa Catarina, a legenda caminha para se unir ao PL. Durante as janelas partidárias, prefeitos, vereadores e deputados devem migrar em massa para o Partido Liberal.
Todos migrarão? Improvável. A deputada Paulinha, por exemplo, tem conversas avançadas com o PSD. Parece ser só uma questão de tempo até ela anunciar o novo partido. Por outro lado, os deputados Camilo Martins, presidente do Podemos-SC e da CCJ da Alesc; e Lucas Neves, de Lages, buscam uma aproximação com os liberais. Principalmente porque Lucas quer estar alinhado a Carmen Zanotto, deputada federal licenciada e atual secretária de Estado da Saúde.
Por um triz
Carmen, vale lembrar, perdeu a prefeitura de Lages em 2020 por uma diferença de apenas 56 votos para Antônio Ceron. O prefeito foi reeleito por uma margem mínima e posteriormente foi preso, tornando-se réu na Operação Mensageiro.
Céu de brigadeiro
Esse cenário favorece o deputado estadual Lucas Neves. Se ele mantiver sintonia com Carmen Zanotto, poderá ser o candidato do PL à prefeitura. Isso, claro, se o governador quiser que Carmen continue na Saúde.
Carta na manga
Carmen pode buscar um novo mandato como deputada federal ou mesmo ser opção para a majoritária em 2026. Quanto ao União Brasil, o partido perderá o presidente do BRDE, João Paulo Kleinübing. JPK está de malas prontas para ingressar no PL após se aproximar de Jorginho Mello.
Desconexões
O UB conta com o deputado federal Fábio Schiochet, reeleito por Jaraguá, mas ele ainda não é um nome forte nem local nem estadualmente. Outra liderança é o ex-prefeito da capital, Gean Loureiro, que ficou em quarto lugar na disputa estadual de 2022. Ele é um potencial candidato para uma chapa proporcional em 2026.
Futuro
O União Brasil parece destinado a desaparecer sem grande impacto. Deste quarteto – PSDB, Cidadania, Podemos e UB – podem surgir reforços para partidos como o PSD, principal oposição ao governador, e o próprio PL de Jorginho Mello.
Correndo por fora
O PP pode se beneficiar dessa debandada. Ainda que não cresça, não vai desaparecer e tende a se aliar ao PL catarinense.
Falta cacoete
E o Republicanos? Sob a liderança de Moisés da Silva, que não avançou ao segundo turno em sua tentativa de reeleição e só foi eleito graças a Jair Bolsonaro, as perspectivas são desanimadoras.
Sonhando acordado
Moisés, é importante destacar, não reconhece que era desconhecido e que qualquer nome teria sido eleito em 2018 com o apoio de Bolsonaro. No entanto, em sua visão, foi ele quem transferiu votos para o ex-presidente, e não o contrário. No cenário de centro-direita, isso é o que está acontecendo.
Poucas opções
Na esquerda, o PSOL pode tentar avançar com o deputado Marquito na capital. O PDT parece ter atingido seu limite, o PSB declina e o PT mantém sua base mas sem mostras de crescimento.
Encolhendo
E o MDB? Deixamos para o fim, pois ainda é o maior partido de Santa Catarina. Embora deva eleger vários prefeitos em 2024, é improvável que repita os 100 mandatários que tem atualmente.
Contabilidade
A projeção é de que o MDB eleja cerca de 70 prefeitos em outubro de 2024, principalmente em cidades menores. Até nas cidades médias o MDB deve recuar, perdendo espaço para o PL e o PSD.
Sina
Nas últimas eleições majoritárias, o MDB vem perdendo força e essa tendência deve continuar nas municipais. Isso se deve em grande parte à indecisão do partido, que assumiu uma postura neutra, similar à do PSDB no passado. A política nacional polarizou e o MDB não seguiu essa tendência.