Blog do Prisco
Manchete

Quase lá!

Já se iniciou a derradeira semana das eleições de 2022. Em 12 estados, haverá a definição do novo governador, inclusive em Santa Catarina.
Aqui na província diríamos que é uma disputa mais ou menos estabelecida. É muito pouco provável que tenhamos uma virada de Décio Lima (PT) sobre Jorginho Mello (PL). Em eleição, no entanto, tudo pode acontecer e não existe vitória por antecipação. Sob nenhuma hipótese.
Evidentemente que num estado essencialmente bolsonarista, onde o presidente tem uma intenção em torno de 70% dos votos válidos no segundo turno, é pouco provável que tenhamos o petista local conquistando mais de 50% dos sufrágios, o número necessário para sagrar-se vencedor.
Até porque a polarização nacional está retratada no estado. No primeiro turno, Lula da Silva fez pouco mais de 29% contra 62% do presidente. Houve uma pulverização das candidaturas não esquerdistas declaradas em Santa Catarina. Jorginho Mello conseguiu descolar em função da transferência do 22. Décio Lima fez apenas 17%, mas foi o suficiente para ele chegar ao round final em função do contexto.

Histórico

Cada eleição tem uma história. Isso é fato consolidado. Entre o eleitorado catarinense, contudo, temos a repetição do fenômeno de 2018, com Jair Bolsonaro elegendo o governador. Pela primeira vez na história.

Vim, vi e sumi

Depois de Moisés da Silva chegar lá pela musculatura do 17 há quatro anos para depois se distanciar de Jair Bolsonaro, agora chegou a vez de 22. Moisés, aliás, é um capítulo à parte, que merecerá avaliações mais aprofundadas antes de deixar o governo.

Projeção

Em 2026, no entanto, não haverá repetição. Com a reeleição ou não do atual presidente. Quatro anos adiante haverá um novo nome no cenário nacional. Jair Bolsonaro caiu nas graças dos catarinenses o que não garante que seu sucessor herdará automaticamente os votos ou apoios.

Lacuna

A ausência do candidato petista a presidente nos debates do SBT e da Record, semana passada, deu muito espaço para Bolsonaro se apresentar com nova roupagem. Mais contido e com ares de estadista. Ocupou muito bem o espaço, mirando eleitores indecisos.

Nocauteado

Isso depois do massacre que Lula da Silva sofreu no debate da Bandeirantes. Por outro lado, o petista viu a generosidade absoluta do TSE novamente em seu favor. O presidente perdeu praticamente um dia de inserções no rádio e na TV.

Ah tá

Tudo por conta dos supostos ataques de Bolsonaro contra o petista. O presidente não disputa apenas contra o descondenado, mas contra a corte judicial eleitoral que, pelo visto, tornou-se apenas um apêndice da candidatura lulista.

Fogo cruzado

Por fim, há de se observar a repercussão do papelão de Roberto Jefferson no cenário eleitoral nesta reta final. Ainda não está claro até que ponto o tiroteio protagonizado de forma absurda pelo ex-deputado pode respingar e prejudicar o desempenho de Bolsonaro.