Desde que entrou definitivamente na mira da Lava Jato, o notório Renan Calheiros, presidente do Senado, resolveu declarar guerra ao Judiciário. No estilo “a melhor defesa é o ataque”.
O movimento mais recente do senador, que está na iminência de degola pelos malfeitos apurados nos últimos meses, foi instituir uma comissão no Senado para investigar os chamados supersalários. Há funcionários públicos, principalmente no Judiciário e no Legislativo, recebendo muito, mas muito acima do teto constitucional de R$ 33 mil mensais.
É um bom combate. Mas sua motivação é politiqueira, como quase tudo que cerca Renan Calheiros. Ele não está preocupado com diminuir salários de quem quer que seja e sim em estocar e desmoralizar o Judiciário.
De qualquer forma, a ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, entrou no circuito e já debateu o tema com presidentes dos Tribunais de Justiça. Ontem, a magistrada foi na companhia da presidente do STJ discutir o tema com os senadores, demonstrando sua estatura moral e sua conduta transparente. Em que pese a motivação de Calheiros, é um assunto de extremo interesse da sociedade e de que deve ser levado adiante.
Suspeito
Renan Calheiros está todo enrolado na Justiça e tem histórico de envolvimento em questões pra lá de suspeitas. Não tem moral para questionar o salário de ninguém.
Pela bancada
Avançam as negociações para que o PSDB entre no primeiro escalão do governo Raimundo Colombo. Mas os deputados já mandaram avisar ao presidente Marcos Vieira que nada será feito sem a anuência da bancada.
Discordância
Embora apoie o governo do Estado na Assembleia, o deputado Mário Marcondes é contra a extinção da Cohab e da Codesc. Entende que é um retrocesso, pois a primeira poderia assumir, por exemplo, o programa Lar Legal, a um custo três vezes menor do que no sistema atual; e a segunda administrar e regulamentar a atividades dos bingos no Estado.
Complicou
Se o PSDB emplacar dois deputados estaduais no Colegiado de Colombo, quem sobe para a Alesc é Nilson Gonçalves, do PSD. Será que os tucanos vão querer perder uma cadeira?
Em Brasília
Raimundo Colombo esteve em Brasília ontem. Participou de reunião do Cone Sul no Palácio do Planalto. Em debate, o controle nas fronteiras do Cone Sul.
Republicano
Em Itajaí, o processo de transição segue tranquilo. Jandir Bellini, embora seja inimigo político do prefeito eleito, Volnei Morastoni, demonstra seu grau de maturidade política.
Mapeado
Além do casal Décio e Ana Paula Lima, quem também está avaliando seriamente a possibilidade de sair do PT é o deputado estadual Neodi Saretta, ex-prefeito de Concórdia.
Ajuizado
Embora com apenas 31 anos, o tucano José Thomé (prefeito eleito de Rio do Sul) esbanja maturidade, equilíbrio e bom senso para administrar a maior cidade do Alto Vale do Itajaí. Focado, transformou a transição administrativa em um momento de avaliação técnica do governo, sem ranço político. A universidade local foi acionada e ontem Thomé participou de um evento da Esag, em Florianópolis.
Tempo de observar
Até fevereiro, muitas coisas devem mudar no cenário político, o que vai levar muitos líderes a pensarem dez vezes antes de qualquer composição ou posicionamento político. O momento é de cautela total.