Momento conturbado no setor elétrico de Santa Catarina. Enquanto a Eletrosul encontra-se mergulhada no processo de fusão com a falida companhia gaúcha CGTE, ontem parte dos servidores da Celesc cruzou os braços. Foi um alerta.
O Sinergia, sindicato que congrega os funcionários da companhia estadual, está chamando a direção da empresa para a necessidade de diálogo em torno do reajuste salarial para 2020.
É bem verdade que não se pode ceder a todas as exigências de sindicatos, sobretudo por suas motivações e atuações ideológicas, mas o diálogo é essencial. A Celesc precisa conversar com os trabalhadores visando um acordo logo para evitar maiores prejuízos. Tanto para a elétrica quanto para a sociedade catarinense.
Os sindicatos ligados à Eletrosul devem seguir caminho semelhante em breve, promovendo paralisação de advertência. Crescem os temores de desemprego no âmbito da estatal federal à medida que avançam as tratativas que vão culminar na fusão com a CGTE. Sobretudo porque é assustadora a dívida da companhia gaúcha: R$ 4 bilhões. Sua absorção pode custar dezenas de empregos na atual estrutura da Eletrosul.
Data
Está prevista para esta quarta-feira uma rodada de negociação entre o Sinergia e a diretoria da Celesc.
Realidade
Importante ter cautela e bom senso nessa hora. O país vive ainda em forte crise econômica. Por mais que os servidores, de quaisquer categorias, estejam com salários defasados, convém não caracterizar que a movimentação tenha fundo eminentemente plítico. Ainda mais na Celesc, onde a média salarial é bem superior, considerando outras categorias do funcionalismo.
Privatização
O pano de fundo desta movimentação é a possibilidade, real, de privatização da Celesc. Dos 27 estados brasileiros, atualmente apenas seis tem concessionárias públicas de energia elétrica.