Um concurso realizado em Montevidéu deu ao queijo artesanal serrano a dimensão internacional. O case do produto catarinense venceu a categoria “Associativismo para crescer” do 2º Concurso de Buenas Prácticas en Agricultura Familiar, realizado pela Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul e pelo Programa Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da Organização das Nações Unidas.
A produção e a venda do queijo artesanal serrano são legais no Estado desde agosto do ano passado, quando passou a vigorar a lei de autoria do deputado Gabriel Ribeiro (PSD), que define normas sanitárias, instalações das queijarias e cuidados com a água.
O evento no Uruguai reuniu profissionais dos cinco países do Mercosul. O queijo serrano concorreu com outros 22 trabalhos, e os julgadores avaliaram pontos como inovação, sustentabilidade, qualidade e impacto na vida das pessoas e o desenvolvimento local. Estudo da Epagri estima que o queijo gere, em média, uma renda familiar de R$ 10 mil/ano. Hoje, há produtores que têm no produto mais de 50% de sua renda.
Até a lei de Gabriel Ribeiro, era permitida a produção do queijo apenas para o consumo próprio, embora o produto fosse vendido clandestinamente. Quando flagrado pela vigilância sanitária, o queijo era apreendido e incinerado.
Conforme Andrea Schlickmann, extensionista social da Epagri/Lages que levou o case do queijo a Montevidéu, há 31 queijarias finalizando o processo de adequação às normas técnica estabelecidas pela lei. Ela diz ainda que “quase todo dia” chega à Epagri alguém pedindo informações sobre como proceder para produzir o queijo dentro das normas.