Rearranjo latente
O quadro político-partidário de SC está efervescendo nos bastidores. A correlação de forças que saiu das urnas tem forçado mudanças e pressionado por outras tantas que virão. Para deputados estaduais, federais e vereadores, a migração a outra legenda só será permitida caso se abra uma janela antes do período permitido para troca partidária sem o risco da perda dos mandatos. Ou seja, seis meses antes da eleição.
Feito este parêntese, a realidade é de troca-troca de legendas. O deputado federal Rodrigo Coelho já deixou muito claro que está com um pé e meio fora do PSB. Emitiu uma nota elencando argumentos que inclusive podem ser usados na esfera judicial.
O parlamentar é sondado por Moisés da Silva e pelo comando do PSL para ingressar no partido. Poderia se candidatar a prefeito de Joinville. Já foi vice de Udo Döhler, no primeiro mandato do emedebista.
A intervenção branca promovida pelo PSB nacional em Santa Catarina não permite movimento mais brusco agora. Coelho se resguarda para preservar o mandato.
PSL-PRB
Outro deputado federal, Hélio Costa, o mais votado no pleito de 2018, também é cobiçado pelo PSL em uma engenharia que envolve o vereador Pedrão, do PP. O progressista deixaria o partido da família Amin e assinaria no PRB de Costa. Este, por sua vez, assinaria no PSL, deixando o PRB. Mas com Pedrão de seu candidato a vice na disputa eleitoral do ano que vem na Capital. Essa articulação é da direção do PSL. A iminente saída de Pedrão do PP era esperada. E só confirma que os Amin lançarão candidato à prefeitura de Florianópolis.
Segurança
Quando o assunto é a eleição na Capital, o governador articula e quer lançar o comandante-geral da PM e coordenador do colegiado superior de segurança, Araújo Gomes. O policial estaria resistindo às investidas de Moisés da Silva.
Tripé
Indo para Blumenau, o PSL já definiu o seu nome à prefeitura: é o deputado estadual Ricardo Alba, o mais votado para a Alesc no ano passado. Traduzindo: governador e dirigentes do PSL atuam a todo vapor com vistas ao pleito nas três principais cidades do estado.
Quase no PP
Outro que está de malas prontas para mudar de partido é Gelson Merisio. Confirmou ao colunista que não ficará no PSD. Ele ainda não definiu para onde vai. Pelas tratativas até aqui e em virtude do tratamento lisonjeiro que Merisio vem recebendo de Esperidião Amin, o PP é o destino mais provável. Tanto Merisio como o próprio Amin seriam alternativas à cabeça de chapa pelo PP em 2022.
Inimigo comum
Pelo raciocínio deles, o adversário seria Dário Berger. Isso se o senador do MDB sobreviver até lá. O emedebista coleciona um penduricalho considerável de processos judiciais.
Bases
Por falar em Merisio, o ainda pessedista já vem mantendo agenda de terça a sexta-feira em Joinville. O projeto é influenciar no processo sucessório de Udo Döhler e criar base na cidade do Norte. Que se aliaria à sua força no Oeste. Se tiver estas duas frentes bem azeitadas, Merisio poderia chegar forte e ser novamente candidato a governador lá em 22.
Triangulação
Outro que articula com vistas a 2022 é o senador Jorginho Mello, do PR. Ele não teria nada a perder no próximo pleito estadual, pois estará no meio do seu mandato. Especula-se que Mello poderia ter o apoio do MDB, com o próprio Dário Berger indo à reeleição. Em caso de vitória, a viúva de Luiz Henrique da Silveira, Ivete Appel, ascenderia à Câmara Alta. Ela é a primeira suplente de Jorginho.
Equilíbrio
Embora o PSL projete que pretende conquistar 100 prefeituras em Santa Catarina, o contexto atual permite ao colunista avaliar que a nova ordem política do estado poderá ser marcada pelo equilíbrio assim que forem abertas as urnas em 2020.
A tendência é que os quatro maiores partidos, MDB, PSD, PSL e PP elejam cerca de 50 prefeitos cada um, embolando o cenário que desaguará em 2022.