Quando parecia que Michel Temer ia conseguir uma trégua para respirar, ocorreu a prisão, segunda-feira no fim da tarde, de Geddel Vieira Lima, amigão do presidente de longa data.
Foi um baque que pode ter estremecido toda a articulação do Planalto no sentido de evitar que a denúncia de Rodrigo Janot, que acusa Temer de corrupção passiva, tenha sequência no Supremo Tribunal Federal. Para tramitar, a peça precisa de autorização dos deputados. O presidente necessitaa do apoio de apenas um terço do Legislativo, ou 172 parlamentares, mas ainda não está claro se ele terá o respaldo suficiente para livrar-se da denúncia.
Com a popularidade abaixo da cintura e cercado de algumas das figuras mais indigestas da República, Temer se mantém no cargo respirando por aparelhos. Ele permanece também porque o Brasil carece de opções viáveis para substituí-lo. Pelo menos é assim que raciocina, por exemplo, Raimundo Colombo. Nas reuniões do Fundam, ele tem dito que o melhor para o país é a permanência do atual presidente. Segundo o governador, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, os dois substitutos imediatos, trariam mais instabilidade e durariam muito pouco na cadeira presidencial. Quem se habilita?
Nitroglicerina
O doleiro Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, tem abastecido os ouvidos dos investigadores da Lava Jato e tem tudo para comprometer ainda mais o PMDB e o presidente. Outros possíveis delatores, com tanto ou mais potencial destrutivo, estão na berlinda: o próprio Cunha, Rocha Loures e agora Geddel.
Tripé
Se conseguir livrar-se da denúncia de corrupção passiva, Michel Temer ainda terá pela frente outras duas possíveis denúncias a serem subscritas por Rodrigo Janot: por obstrução da Justiça e formação de organização criminosa. O presidente vai precisar de um fôlego que hoje não parece ter para se livrar do desgaste a conta gotas.
Titular
Nesta quarta-feira, 5, toma posse, no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, o juiz de Direito Antônio Zoldan da Veiga, como juiz efetivo da Corte. O magistrado ocupará a vaga do juiz Hélio David Vieira Figueira dos Santos, cujo biênio terminou em 9 de junho.
Momento
Foi importante a vinda do diretor-geral do DNIT, Valter Silveira, a Santa Catarina, em uma ação do deputado Celso Maldaner. Silveira conheceu a vergonhosa realidade das rodovias federais do Oeste. Muito bem.
Vaias
Mas nas presenças do diretor, do próprio Maldaner (PMDB) e dos também deputados federais João Rodrigues (PSD) e Valdir Colatto (PMDB), houve vaias, em pelo menos três oportunidades, da população na direção das autoridades. O Oeste é uma região de forte produção, gerando muitos impostos. E o retorno de Brasília é praticamente zero.
Coisa do PT
Maldaner, Colatto e Rodrigues acusam que as vaias foram orquestradas por uma claque petista. Até porque, os deputados do PT foram aplaudidos! Mais uma da série desfaçatez sem limites.
Acordo
O Ministério Público anunciou a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta com o governo do Estado. É para corrigir problemas de segurança, insalubridade e superlotação no presídio de Joinville.
Lá e cá
Enquanto Rodrigo Maia sinaliza que não haverá recesso em Brasília, a Assembleia Legislativa vai parar, por duas semanas, a partir do dia 17 de julho.