Blog do Prisco
Coluna do dia

Reflexos políticos

Analisando friamente, a saída de Antônio Gavazzoni do governo é mais complicada, neste momento, para Raimundo Colombo do que para Gelson Merisio. Independentemente de optar ou não pela renúncia no ano que vem, o governador entra na reta final de seus dois mandatos consecutivos.

E o ex-secretário continuaria tendo papel fundamental para o fechamento da era Colombo em Santa Catarina. Ele é criativo, competente, engenhoso, preparado e eficiente. Fará, sem sombra de dúvidas, muita falta, pois não se dedicava unicamente a resolver os assuntos fazendários. Sua influência ia muito além.

A baixa também alcança o pré-candidato do PSD ao governo. Os dois são cunhados e têm uma relação de confiança de longa data. Mas os reflexos são menos piores para Merisio. No médio e longo prazos, a tendência é toda a situação de instabilidade atual se diluir, dirimindo os danos ao projeto eleitoral do grupo que administra o Estado.

 

Defesa

Há pelo menos um aspecto relativamente à saída de Antônio Gavazzoni do Centro Administrativo. Sua dedicação à própria defesa pode trazer reflexos positivos aos demais integrantes do grupo político citados por delatores. A começar pelo governador.

 

Memória

Em 2007, o segundo mandato de Luiz Henrique da Silveira estava no fio da navalha, ameaçado em um processo de cassação pelo TSE. O placar chegou a estar 3 a 0 contra LHS. À época, já secretário da Fazenda, Gavazzoni se licenciou e mergulhou de cabeça no imbróglio jurídico. Desempenhou, para variar, papel fundamental. Luiz Henrique, como se sabe, virou o jogo, deu continuidade ao seu mandato, renunciou no último ano e se elegeu senador.

 

Senadores de SC

Quando estourou a bomba da Odebrecht e suas 77 delações, um dos citados foi o senador catarinense Dalirio Beber. Ele teria, segundo a denúncia, que foi rechaçada com veemência pelo tucano, articulado propina de R$ 500 mil para a campanha em Blumenau. Agora na explosão da bomba atômica da JBS, as chamuscas chegaram aos outros dois catarinenses na Câmara Alta: Dário Berger e Paulo Bauer.

 

PMDB e PSDB

Nos bastidores, tinha peemedebista comemorando o fato de nenhum expoente do Manda Brasa ter sido alcançado por delações. Pois é. Dário Berger, além de senador, é uma das opções do partido para a cabeça de chapa em 2018. O discurso começa a desmoronar. Os tucanos de SC já tinham sido alvejados em parte pela Odebrecht. Mas agora os estilhaços atingem o principal nome da legenda com vistas a 2018.

 

Recall

Paulo Bauer por muito pouco não foi ao segundo turno em 2014 e ganhou visibilidade com a liderança da bancada tucana no Senado. Ele também rechaça as informações do delator, assim como o próprio Dário Berger. Resta saber como essas questões vão ser encaminhadas, se vão evoluir ou não, e como a sociedade vai reagir a tudo o que vem ocorrendo. O mesmo raciocínio vale para o PSD, PP, e outros.

 

Novela

Advogado Alex Santore, nomeado pelo governador ao cargo de desembargador pelo Quinto Constitucional, teve a posse suspensa. Estava marcada para o dia 2 de junho. O presidente do TJ, Torres Marques, decidiu suspender cautelarmente em função de três requerimentos encaminhados ao tribunal. Foram subscritos pelo desembargador Rodrigo Collaço e pelas diretorias da OAB e da AMC.