Os principais jornais da mídia nacional acabaram dando uma grande repercussão para a passagem de Lula da Silva por Santa Catarina. Foi a primeira visita depois de um ano e meio de administração sob sua terceira gestão.
Mas foram além os coleguinhas do eixo Rio-São Paulo-Brasília. Já fizeram projeções em relação aos objetivos do PT. Sobretudo sob a ótica da influência que terá o inquilino do Palácio Planalto em relação aos estados em que ele apresentou a pior performance há dois anos.
E quais são eles? Três lá do Norte, os pequeninos Acre, Rondônia e Roraima; e Santa Catarina, onde Bolsonaro conquistou a quarta melhor performance, com 69,5% dos votos, contra 30,5% de Lula da Silva.
O petista, a seu turno, mostrou seu poderio aonde? Em quatro estados nordestinos. Pela ordem: Piauí, Bahia, Ceará e Maranhão. O curioso é que, enquanto o presidente da República se encontrava em Santa Catarina, o seu antecessor foi a Pernambuco, estado natal do atual presidente Lula.
Muralhas
A estratégia de ambos os lados é furar a bolha. O PL pretende entrar com força no Nordeste. Bolsonaro, inclusive, vai reservar uma parte considerável do seu tempo na campanha eleitoral para os estados nordestinos, além é claro dos três grandes estados da federação: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Foco
Lula da Silva pretende dar uma atenção toda especial onde não foi tão bem. Nem estamos nos referindo propriamente aos três estados do Norte, que representam muito pouco no contexto eleitoral.
Peso
Diferentemente de Santa Catarina, o décimo colégio eleitoral do país. Há quem possa indagar se Lula da Silva virá a Santa Catarina com mais frequência a partir de agora? A resposta é não.
Vetor
Mas ele vai procurar impulsionar por meio de gravações candidaturas nos principais municípios, com destaque para Carlito Merss, ex-prefeito de Joinville; Ana Paula Lima, mulher de Décio Lima, em Blumenau. Ele, aliás, já administrou a cidade em duas oportunidades e foi para o segundo turno contra Jorginho Mello na disputa pelo governo do estado em 2022.
Oeste
E, também, em Chapecó, onde dois deputados estão formando dobradinha: o federal Pedro Uczai e a estadual Luciane Carminatti.
Caixa de ressonância
Para finalizar, claro, o líder-mor do lulopetismo tentará colocar gás na candidatura do ex-vereador Lela Farias em Florianópolis. O petista local, aliás, teve a oportunidade de um contato com Lula quando o líder vermelho desembarcou na Capital, sexta-feira.
Temperatura em elevação
A campanha promete ser quente também a partir desse viés nacional. Até porque há um ingrediente à margem, que foi a ausência de Jorginho Mello na visita presidencial da última sexta-feira, quando o petista cumpriu agenda na Grande Florianópolis e na cidade portuária de Itajaí.
Distância
O colunista aposta, ainda, que Jorginho não estará com Lula da Silva em momento algum até o final do mandato.
Recado
O governador gravou um vídeo avisando que, quando tiver uma obra federal em solo estadual, ele vai marcar presença. Conversa mole.
Desinteresse
Outro aspecto: Lula da Silva será econômico nas vindas ao estado. Se levou dezoito meses para realizar a primeira incursão, é fácil imaginar que Santa Catarina não está nos seus planos.
Contraponto
Jorginho Mello, a seu turno, não pedirá audiência privada a Lula em Brasília. Os únicos contatos que tiveram, à distância, foram as duas reuniões de governadores convocadas pelo presidente de plantão. Só.
Flashes
Jorginho não quer ser fotografado nem filmado ao lado de Lula, que hoje tem uma rejeição estratosférica em Santa Catarina.