Coluna do dia

Resgate histórico

Resgate histórico

O encontro do presidente da Câmara dos Deputados com o presidente do Supremo Tribunal Federal, na última quarta-feira, trouxe-me à memória um episódio registrado na primeira metade da década de 90, quando Itamar Franco submeteu Antônio Carlos Magalhães a um constrangimento político sem precedentes na história recente da República.

O senador baiano, como sempre implacável, disparava sem piedade na direção do governo federal, chegando a formular denúncias contra o presidente mineiro, que sempre teve fama de homem sério e honrado. Até podia não ter grandes luzes ou um verniz especial, mas Itamar era reconhecido pela sua conduta ilibada.

Incomodado com os efeitos da metralhadora giratória acionada por ACM, Itamar Franco o convidou para uma conversa no Palácio do Planalto, prontamente aceita. Antônio Carlos Magalhães chegou carregando duas pastas abarrotadas de papel, como que se fossem as provas para as denúncias. Ledo engano: apenas recortes de jornais.

Como os jornalistas foram convidados a participar da audiência, que foi aberta, ACM acabou desmoralizado, em cartada que marcou época na política brasileira. Tido como esperto e raposa felpuda, o líder baiano acabou levando literalmente uma rasteira de um político tido como insonso, que acabou livrando-se das garras do notório “Toninho Malvadeza”, que quando ajudou a eleger Tancredo Neves (também mineiro) presidente no Colégio Eleitoral, chegou a ser batizado de “Toninho Ternura”.

Interinidade

Raimundo Colombo vai passar o feriado prolongado de Natal e da virada do ano em Lages, com os familiares, deslocando-se a Florianópolis apenas para algum despacho extraordinário que se fizer necessário. No dia 4 embarca para o exterior, para uma viagem particular de duas semanas, período em que o Estado estará sob o comando do vice Eduardo Moreira.

Motivação

No Centro Administrativo e até mesmo no Palácio Residencial ninguém entendeu a postura adotada pelo deputado Fernando Coruja nas derradeiras votações do ano Legislativo, quando o peemedebista serrano votou contra o governo em, praticamente, todas as matérias polêmicas.

Suplente geme

Vale lembrar que Coruja é suplente e assumiu na Assembleia graças à convocação de alguns deputados eleitos para compor o Colegiado. No governo não há registro de nenhuma ponderação do ex-prefeito de Lages sobre os projetos encaminhados para votação antes do recesso. Teria alguma relação com à eleição de 2016 no maior colégio eleitoral do Planalto Serrano?

Governistas

Neste contexto, outro peemedebista que não respaldou as matérias governamentais na Alesc foi Gean Loureiro. Com uma diferença: em várias das votações, ele optou pela abstenção, o que seguramente será explorado na campanha do próximo ano, em Florianópolis, quando ele deverá mais uma vez enfrentar o prefeito César Souza Júnior (PSD), candidato à reeleição. Mais do que nunca, Raimundo Colombo vai mergulhar de cabeça na empreitada do correligionário. E Eduardo Moreira, fará o mesmo em relação a Loureiro?

Tese

Não fossem os oito votos das bancadas do PP e do PSDB, que não integram o governo de coalizão, a administração estadual teria corrido o risco de não aprovar alguns dos projetos mais polêmicos, como as Medidas Provisórias da Segurança Pública e o Plano de Carreira do Magistério. Essa situação reforça o raciocínio de setores do PSD, que defendem um ponto final da aliança com os peemedebistas e uma coligação preferencial com tucanos e progressistas.

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