Responsabilidade e Sensibilidade
O catarinense acordou na manhã de quarta-feira sob o impacto de uma tragédia considerável que atingiu um bairro do Continente na Capital do Estado. Foi o rompimento de um reservatório da Casan. Graças a Deus, não houve perda de vidas, mas o prejuízo é brutal. Mais de uma centena de famílias foram atingidas. Prefeitura e governo do Estado se mobilizaram para tentar devolver alguma normalidade ao Bairro Monte Cristo o mais rapidamente possível. O trabalho de reconstrução e ajuda humanitária prossegue. O prefeito Topázio Neto antecipou seu retorno da viagem à Coreia do Sul e chegará neste sábado em Florianópolis, encurtando a interinidade do presidente da Câmara, João Cobalchini. Decisão acertada do chefe do Executivo municipal. Agiu corretamente também o governador, que já pela manhã compareceu ao local onde a Defesa Civil estava mobilizada.
Açodamento
A Casan, comandada há poucos dias por Edson Moritz, juntamente com toda sua equipe, ainda na madrugada, se deslocou para o Monte Cristo. A Alesc, ao tomar conhecimento do fato, por intermédio do deputado Matheus Cadorin, do Novo, pediu a convocação do presidente da companhia de águas para que desse explicações às 17h de quarta.
Prioridades
Cadorin foi demovido de sua iniciativa. Obviamente, Edson Moritz tem assuntos mais urgentes para resolver neste momento do que ir ao Legislativo estadual para dar explicações.
Politicagem
Agora, o que já se observa é uma tentativa baixa de exploração politiqueira da tragédia. O PT e o PSD, atuando em sintonia finíssima, já estão querendo responsabilizar o atual governo, que mal entrou no nono mês.
Cristão Novo
O presidente da Casan sequer completou um mês à frente da estatal. É preciso refletir com responsabilidade após a tragédia e não com proselitismo barato. Quem construiu o reservatório? A obra tinha garantia de cinco anos pela empresa que a executou, mas já foi erguida há 17 meses, ou seja, no governo anterior!
Muita Calma
Não estamos aqui querendo responsabilizar o ex-governador Moisés da Silva, que virou linha auxiliar do PSD, que hoje é uma linha auxiliar do PT. Mas também não dá para, logo de cara, querer crucificar o atual governador. Alto lá.
Minúcias
Evidentemente, tudo precisa ser apurado com profundidade e seriedade. E se algum gestor precisar ser responsabilizado, que assim seja. Temos a Polícia e o Ministério Público para levantar e apontar responsabilidades. Mas sem politicagem!
Agenda
A prioridade agora é socorrer os atingidos, que precisam de atenção, de abrigo, de alimento e, o principal, de ressarcimento financeiro o quanto antes.
Circo
Lamentavelmente, contudo, já começou a palhaçada política na Alesc. O deputado Marquito, do PSOL, está pedindo a abertura de uma CPI. Brincadeira tem hora, senhores. Comissão Parlamentar de Inquérito pode ser avaliada se as investigações administrativas e policiais não esclarecerem a tragédia a contento.
Picadeiro
Na Câmara da Capital, a mesma coisa. Vereadores de oposição já querem abrir uma CPI. Para quê? Para responsabilizar o prefeito Topázio Neto? Responsabilidade e seriedade das autoridades é o que precisamos agora e não de atores circenses querendo aparecer e ganhar votos.
História
A Casan merece respeito, especialmente por seus primeiros presidentes. Foi criada no governo Colombo Machado Salles.
Perfil
O primeiro presidente da companhia foi o saudoso Benjamin Lobo de Faria, que foi sucedido pelo grande Nabor Schilichting, ainda vivo aos 100 anos. Isso no governo Konder Reis. Na sequência, a Casan foi presidida por Ari de Mesquita durante a gestão de Jorge Bornhausen.
Para Todos os Gostos
Vamos refrescar a memória. No governo Paulo Afonso Vieira, a companhia teve vários presidentes. Entre eles, Raimundo Colombo e Julio Garcia, do PSD, e Milton Martini, do MDB. Mais recentemente, outro emedebista pilotou a Casan: o engenheiro Walter Gallina e também um tucano, Dalírio Beber. Se é para fazer uma apuração séria sobre como a Companhia de Águas chegou em 2023, vários personagens terão que ser trazidos à luz do dia.