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Rio do Brás: ação conjunta para identificar origem

O prefeito Cesar Souza Junior afirmou nesta sexta-feira (15) que é necessária uma grande ação de todos os órgãos ambientais para identificar a origem da poluição no Rio do Braz, em Canasvieiras. “É preciso investigar a origem de tanta poluição, há algo muito errado aí”, sublinhou.

“Hoje é um dia triste para todos nós que amamos essa cidade. Canasvieiras tem 100% de cobertura de esgoto e não há por que persistirem as irregularidades nas ligações constatadas pelo programa Se Liga na Rede. Quem comete essa irregularidade, o faz conscientemente, porque todas as residências, casa a casa, ponto a ponto, foram vistoriadas e notificadas”, afirmou.

O prefeito destacou que não é possível descartar que a ação de ‘ente poluidor’, com grande capacidade de ‘produção’, possa estar contaminando as águas do rio do Brás, “insistindo em cometer esse descalabro ambiental com nossa cidade”.

Em entrevista coletiva, Cesar Souza Junior disse também considerar “estapafúrdia” a informação de que as ações para aliviar a carga poluidora no rio do Brás possam ter reflexo em bacias adjacentes, de modo a contaminar Ratones, Daniela e Sambaqui.

“Basta ter um pingo de noção geográfica para ver a impossibilidade de atingir outros pontos a uma distância gigantesca. Antes mesmo de chegar ao Papaquara, já cai quase a zero o índice de coliformes fecais. E outra: se não chega a poluir Canasvieiras – já que apenas dois dos oito pontos estão impróprios – como poderia contaminar outras bacias?”, ponderou.

O prefeito negou também que a Prefeitura tenha ‘fechado’ a saída do rio do Brás para a praia, conforme menciona ação do Ministério Público Federal contra a Casan.

“O rio do Brás é mais uma lagoa do que um rio. Deságua no mar, ou não, dependendo das condições da maré e das precipitações. O que a Prefeitura fez foi recompor a faixa de areia, que representa 95% da praia em Canasvieiras. Fechar efetivamente o caminho do rio seria um
crime ambiental imperdoável, com consequências não na Daniela, mas na drenagem pluvial da Cachoeira do Bom Jesus”, disse.

Sobre a manifestação do MPF, Cesar Souza Junior informou que vai encontrar-se com o procurador João Marques Brandão Neto na segunda-feira, para explicar o trabalho da Prefeitura na recomposição da faixa de areia, que, segundo ele, foi feito embasado em relatório do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que recomendou a restauração da faixa de areia sempre que a vazão do rio cessasse.

Cesar Souza Junior informou ainda que a Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) está avaliando, através de uma telemetria, as condições de funcionamento da estação elevatória de esgotos da Casan no rio do Brás, para verificar se em algum momento nesse período de alta contaminação houve extravasamento significativo de material não tratado nas águas do rio.

Presente também à entrevista, o secretário de Habitação e Saneamento Ambiental, Domingos Zancanaro, adiantou que a partir de segunda-feira os trabalhos de inspeção das redes pluvial e de esgoto vão estender-se para a região dos Ingleses, enquanto continua, com reforços, em Canavieiras. Ele informou que esta semana suas equipes cumpriram 98 ordens de serviço de vistoria e verificaram imóveis já notificados por irregularidades, sendo que 81 já haviam sanado o problema e os demais 17 teriam prazo de mais 15 dias para efetuar que ele chamou de “pequenos reparos”.

De seu lado, o secretário de Saúde, Daniel Moutinho Júnior, afirmou que os especialistas em epidemiologia da SMS não conseguiram encontrar correlação direta entre a contaminação da água e o surto de diarreia que acontece no Norte da Ilha. “Na primeira semana de estudo, estudamos 215 casos sem encontrar nenhum fator isolado: não eram do mesmo bairro, não frequentaram a mesma praia, não frequentaram o mesmo restaurante. Não havia dado em comum que estivesse saltando aos olhos”, garantiu. Ele acrescentou que dos 1.200 casos registrados até agora, só 20% tomaram banho de mar em Canasvieiras.

Esta semana, já há redução de 10% no número de casos notificados, e o secretário acredita que o principal motivo desses casos continua sendo a alimentação sem os devidos cuidados higiênicos.

Foto: PMF, divulgação

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