Sem sombra de dúvidas, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sai bem maior do que entrou neste processo de aprovação do texto-base da Reforma da Previdência. No meio político, ele está levando os louros pela articulação que culminou com o histórico placar de 379 votos favoráveis contra 131 contrários. Foi o fiador da aprovação, reaglutinando e trazendo o centrão para o jogo, bem como o MDB. Dois movimentos decisivos para o êxito de quarta-feira à noite. Durante todo o longo processo até a votação, Jair Bolsonaro claudicou. Na única que vez em que o presidente entrou publicamente em campo, ele atrapalhou as negociações com aquele pedido para privilegiar categorias da segurança. Maia teve companhias importantes neste protagonismo. Os ministros Rogério Marinho (Secretaria da Previdência), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenozini (Casa Civil, agora na reta final).
Ontem, os deputados continuaram discutindo mudanças. Desta feita, as contidas nos destaques apresentados ao texto-base aprovado em primeiro turno.
Além dos destaques, os deputados ainda terão que aprovar a matéria em segundo turno. Talvez nesta sexta-feira, 12 ou em sessão extraordinária que pode adentrar o sábado, muito embora ontem já houvesse certo pessimismo sobre a meta de concluir tudo antes do recesso. A conferir se nestes passos que ainda faltam, os interesses corporativos, e até os inconfessáveis, não vão descaracterizar a Nova Previdência.
Ressurgimento
Rodrigo Maia ressaltou que a Câmara, e por extensão o Congresso, passou 30 anos vendo suas funções sendo usurpadas. O presidente fez renascer o protagonismo do Legislativo. Se seguir nessa toada e outras reformas forem aprovadas sob sua batuta, Maia surgirá como em perspectiva para o embate de 2022.
Adesão em peso
Se a aprovação das mudanças previdenciárias, fundamentais para evitar que o Brasil entre no abismo definitivamente e agora volte ao rumo do crescimento, dependesse exclusivamente dos deputados federais de Santa Catarina, a vitória seria ainda mais esmagadora. Dos 16 federais do estado, nada mais nada menos do que 15 foram favoráveis às mudanças no falido, arcaico e extremamente injusto sistema previdenciário nacional. Apenas o petista Pedro Uczai votou contra.
Indecisas
Uczai vai entrando numa rota descendente, sobretudo por colocar o viés ideológico acima dos interesses da sociedade. Outras duas deputadas de Santa Catarina saem desgastadas por terem ficado em cima do muro até a véspera da votação da reforma previdenciária: Carmen Zanotto e Geovania de Sá. Elas acabaram votando a favor da proposta, mas sentiram os efeitos nocivos da indefinição.
Finalmente
A Fiesc se manifestou logo após a aprovação do texto-base da Nova Previdência. A entidade considera que “finalmente” há a sinalização de que começaram as mudanças estruturais que o país precisa. O presidente Mário Cezar Aguiar avalia que a reforma não é a ideal. Mesmo assim, de acordo com o industrial, é um grande “passo.”
FRASE
“Mais uma vez, Santa Catarina demonstrou sintonia com as necessidades do país. Enaltecemos a posição dos parlamentares catarinenses, pois o fato de que 15 dos nossos 16 deputados votaram pela aprovação da reforma evidencia que nossa representação está alinhada com os anseios de quem espera a volta do crescimento econômico, a geração de empregos e dias melhores para todos os cidadãos.” Mário Cezar Aguiar, presidente da Fiesc, enaltecendo a posição maciça de SC em favor da Reforma da Previdência
Derrota acachapante
Se há um consórcio de vitoriosos na provação da Reforma da Previdência, a derrota vai para uma única conta. O bloco esquerdista de oposição, que foi literalmente atropelado em plenário. A esquerda cada vez mais perde a mão. Outras reformas virão e os canhotos seguem na cantilena do “Lula livre”, mas sem qualquer proposta concreta ao país. Não apresentam alternativas. São contra apenas por ser.
Mais um passo
O Senado terá que encontrar uma fórmula para inserir estados e municípios na reforma previdenciária. É inapelável.