A Comissão Especial do Desarmamento aprovou, na tarde desta terça-feira, 27, mudanças que flexibilizam o chamado Estatuto do Desarmamento. E quem está na linha de frente desta batalha é o catarinense João Rodrigues (PSD), que concedeu entrevista ao site do Jornal O Globo, matéria que está em destaque na capa do jornal desta quarta-feira. Ao veículo carioca, Rodrigues disse que os criminosos tem que ‘sair de circulação por bem ou por mal’. Ainda falta a comissão esepcial votar 11 destaques ao texto principal. Mas pelo que já foi aprovado, a idade para compra de arma cai de 25 para 21 anos; o comprador terá direito a usar a arma em casa e também no local de trabalho; o porte será renovado a cada dez anos e não mais a cada três anos. Também foi instituído o porte rural de arma, no qual o proprietário de terras poderá andar armado no interior de sua fazenda. O projeto aprovado traz um rol restrito de categorias que podem portar arma, entre os quais deputados, senadores, advogados da União, oficiais de justiça, pessoal do Ministério Público, entre outras categorias. Confira a íntegra da entrevista concedida por João Rodrigues ao repórter Evando Éboli.
O que o senhor achou das mudanças feitas no estatuto?
Achei que é um avanço. Estamos recuperando um direito que o brasileiro tinha de ter arma em casa para sua defesa pessoal e sua segurança. O Estado é omisso, não cumpre com sua obrigação de dar proteção a todos os brasileiros.
O senhor disse na reunião que as mudanças vão permitir fazer uma “limpeza e faxina” na sociedade, excluindo os bandidos.
É isso mesmo. O Brasil precisa de uma limpeza, de uma faxina, não só no campo político e na violência. A faxina é necessária, sim. A bandidagem está aí circulando e matando gratuitamente. Esse povo tem que sair de circulação por bem ou por mal. De um ou de outro jeito. Essa faxina precisa ser feita no país.
O senhor é a favor da pena de morte?
Para alguns casos, sim.
O texto aprovou o direito de deputado e senador andarem armados. O que achou?
Sou contra. Não me sinto contemplado. Creio que nem senador nem deputado estão preparados para isso. Particularmente, tenho arma na minha casa para proteger minha família, e isso é outra coisa. Na rua posso ter segurança com a arma, que pode me dar proteção em dado momento. Agora, aqui, eu e a grande maioria não estamos preparados para ter uma arma na cinta, não.
O senhor acha que faltou alguma coisa no relatório?
Defendo que outras categorias precisam ter direito ao porte pela atividade que exercem. É o caso dos caminhoneiros. Muitos deles são assassinados sistematicamente porque não têm proteção na cabine. É o caso, também, do taxista.
Foto: Ag. Câmara, arquivo, divulgação