Na ânsia de disputar as eleições a governador em 2026, João Rodrigues começa a sinalizar às esquerdas tal qual o fez seu ex-correlegionário, Gelson Merisio, em 2018.
Recapitulando. Nas vésperas das convenções partidárias de 2018, Merisio concedeu entrevista a grande veículo de comunicação da época dizendo algo do tipo: “se trabalhar pelo social é ser de esquerda, considero-me como tal…”.
Na época, não se sabia o tamanho da onda Bolsonaro que sobreviria, e Merisio apostava num crescimento de Ciro Gomes (PDT). Tanto que coligou com os trabalhistas naquela oportunidade.
Ao final perdeu as eleições de 2018 e, em 2022, coordenou a campanha do petista Décio Lima, que chegou ao segundo turno, onde foi derrotado por Jorginho Mello (PL), atual governador.
João Rodrigues sabe que é amigo de Bolsonaro, mas que Bolsonaro é mais amigo de Jorginho.
Tanto que o alcaide chapecoense, em tom de provocação, declarou essa semana que no PSD ninguém se elegeu por meio de ondas. Fazendo assim claro menoscabo à onda Bolsoanaro e deixando transparecer certo ressentimento com o líder nacional da direita.
Não bastasse seu partido, o PSD, estar alinhado com Lula da Silva em Brasília, Rodrigues procurou o Governador Jorginho Mello essa semana para tratar de uma possível abertura para uma gigante empresa chinesa na região de Chapecó (foto). Logo a comunista China, inimiga ideológica número um dos conservadores. Evidentemente, há que se aferir pormenores se importa ou não aos catarinenses esse tipo de parceria, independentemente de questões ideológicas.
Mas, o conjunto da obra das últimas manifestações de Rodrigues vai dando pinta de possível inclinação à esquerda para, quem sabe, buscar enfrentar Jorginho Mello em 2026, com apoio do Planalto e dos lulistas, já que Jair Bolsonaro tá fechado, e não abre, com Jorginho Mello, que é seu correligionário.
Foto: Michel Kuntze/Reprodução