Coluna do dia

Rompimento-relâmpago

Rompimento-relâmpago

Em uma reunião que não durou mais do que 10 minutos após sua abertura formal, o PMDB nacional decidiu, por aclamação, romper com o governo de Dilma Rousseff e entregar todos os cargos que o partido ocupa na administração federal. Entram nessa conta os sete ministérios e mais de 600 postos de escalões inferiores que até então estavam nas mãos da turma do Manda Brasa.

A decisão foi marcada por um coro de “fora PT, fora PT”. Hoje, dia 30, quem vai se reunir é a cúpula do PP, convocada pelo presidente Ciro Nogueira. E o encaminhamento deve também por saltar fora da atual administração. É o efeito dominó que o Planalto temia após a formalização da saída peemedebista. No PSD, os posicionamentos também já sinalizam para o rompimento. Paralelamente, os desembarques significam mais musculatura para os que defendem o impeachment da petista no Congresso Nacional. Obviamente que o PMDB faz o movimento de olho na presidência da República, mesmo o partido estando absolutamente enrolado na Lava Jato e tendo na figura do próprio Michel Temer um investigado no contexto federal. PR, PTB e outras legendas podem seguir o mesmo caminho, fragilizando de vez a posição de Dilma.

 

Confiante

Antes da reunião do diretório do PMDB, que sacramentou o desembarque do governo Dilma, o presidente estadual, Mauro Mariani, estava confiante na saída em massa do partido.  Mariani alertou que os ministros que não deixarem os cargos serão desfiliados.

 

Defensor

Eduardo Pinho Moreira também foi a Brasília ontem. Embora não tenha assento no colegiado nacional, ele defendeu o desembarque total dos peemedebistas da nau lulo-dilmista.

 

Bolsa de apostas

Nos bastidores, a turma do desembarque apostava em não mais do que 10 votos pela manutenção do PMDB no governo Dilma. Um grupo tão nanico que se optou pela aclamação para não constranger os que ainda ousavam pregar a permanência no governo.

 

Tripé

Na avaliação de uma das fontes peemedebistas, dos sete ministros – Eduardo Braga (Minas e Energia), Hélder Barbalho (Portos), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Mauro Lopes (Aviação Civil), Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) – os três últimos são os que mais teriam tendência a ficar no governo, mesmo sob ameaça de expulsão do partido.

 

Nós também

Na sessão plenária de segunda-feira (28), o deputado João Rodrigues (SC), vice-líder do PSD, alertou para mudanças no cenário político brasileiro. “A cada dia que passa o quadro vem mudando. Do final de semana para cá, ouvimos e assistimos a manifestação de outros partidos anunciando o desembarque da base do governo. Quero conclamar meu partido que faça o mesmo”, discursou o parlamentar.

 

Rombo

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (28) a Medida Provisória 702/15, que abre crédito extraordinário de R$ 37,69 bilhões para os ministérios do Trabalho e Emprego (R$ 10,99 bilhões); das Cidades (R$ 8,99 bilhões); e da Saúde (R$ 2,5 bilhões) e para pagar encargos financeiros da União no valor de R$ R$ 15,1 bilhões. São bilhões para pagar as chamadas pedaladas fiscais da ex-mãe do PAC! Mas só uma parte. Tem muito ainda por vir.

 

Contraversão

Um dia depois de Dilma Rousseff chamar os meios de comunicação estrangeiros para “denunciar” a possibilidade de golpe contra seu (des) governo, a oposição reagiu. Líderes oposicionistas, entre eles o catarinense Paulo Bauer, reforçaram o caráter constitucional do impeachment, avalizado por inúmeros juristas, inclusive de ex-integrantes do STF.

 

Governo corrupto

O tucano Bauer afiou o verbo: “Não vamos aceitar que um governo corrupto diga ao mundo que o Brasil vive um processo de golpe. O PT desrespeita as instituições impondo uma narrativa típica de governos autoritários. O governo se desfaz e não tem mais argumentos para se defender, por isso joga contra as instituições.”

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