Rosa, a articuladora
A reunião convocada por Lula da Silva com os governadores brasileiros teve representatividade de praticamente todos os estados.
Houve um grande esforço político na segunda-feira (9) para que a agenda não ficasse esvaziada, como havia ficado claro que ocorreria até àquele meio-dia.
Os dois principais mandatários estaduais do país, Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), não iriam, assim como o catarinense Jorginho Mello. O trio não compareceria. Outros já haviam sinalizado nesta direção também.
Foi aí que entrou no circuito, vejam só, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Ela ligou para os 27 chefes de Executivos estaduais, pedindo a presença deles no encontro. A chefe do Judiciário fazendo articulação política que não havia obtido sucesso por obra do chefe do Executivo federal!
Conselheiro
Jorginho se aconselhou com o governador paulista. Ele e Tarcísio de Freitas têm trocado figurinhas, lembrando que o interlocutor do catarinense se elegeu na principal unidade federada por obra e graça de Jair Bolsonaro.
Rigor
Lula da Silva pediu o apoio dos presentes, informou que as apurações estão curso e alertou que os culpados pelas depredações de domingo serão severamente punidos.
Sem exceções
É isso que todo o país espera, a partir de investigações sérias e isentas. Sejam quem forem os responsáveis, bolsonaristas, petistas, enfim, que venham a ser enquadrados na forma da lei. Que não se forme um joguinho de cartas marcadas, viciado e a balança penda, como tem sido o costume, somente para um lado.
Campo de concentração
O bom senso precisa prevalecer. Agora segue repercutindo pessimamente a prisão de 1,5 mil brasileiros depois do desmonte dos acampamentos na Capital Federal. Todos foram presos, inclusive idosos, crianças, mulheres, e levados para um ginásio coberto, fechado e lá ficaram durante horas, no calor, sem água, sem alimento, vários passaram mal. Isso que já haviam passado horas dentro de ônibus.
E agora?
Há notícias de que uma pessoa teria ido a óbito. Isso não é possível, simplesmente prender pessoas porque estão acampadas. Durante mais de dois meses não houve um incidente sequer nos acampamentos que questionam a eleição de Lula. Que informação a Polícia tinha para enquadrar todos indistintamente? Será que todas aquelas pessoas invadiram os prédios dos poderes? Será que todas foram à Praça dos Três Poderes?
Pilatos?
Outro dado dos mais preocupantes: a Agencia Brasileira de Inteligência, Abin, que pertence ao governo federal, informou no sábado ao Ministério da Justiça de que poderia haver uma invasão às sedes do Congresso, do STF e do Planalto. Qual medida o senhor Flávio Dino, ministro da Justiça, adotou ante o relatório? Reforçou a segurança no Distrito Federal, acionou a PF, a Força Nacional, as Forças Armadas? Tanto ele quanto o presidente na reunião de segunda apenas responsabilizaram a PM do DF.
Bode expiatório
Daí afastaram de forma arbitrária e ilegal um governador eleito, por despacho do Fora da Lei Alexandre de Moraes.
Injustiça federal
Neste contexto, os agentes públicos e o governo federal também precisam ser responsabilizados. Ou Ibaneis Rocha é só um bode expiatório? Passou da hora de deixar o proselitismo, o discurso fácil de lado. Lula é especialista nessa conversa mole messiânica, em distorcer os fatos e manipular o jogo político e o de comunicação.
Escracho
Justiça direcionada não é Justiça. A situação do país é muito delicada. Há enorme insatisfação popular. Isso incomoda o presidente, que está na segunda semana do mandato e cada vez mais se questionam as eleições e inclusive a legitimidade de sua investidura, sobretudo pelos fatos pretéritos, as inúmeras condenações contra ele e a descondenação absurda e ilegal pelo STF.
Esquerdocracia
Daí vemos a atual presidente do Supremo fazendo articulação política para o descondenado não passar vergonha nacionalmente. Isso é democracia? É assim que acham que vão pacificar o país e restabelecer a ordem institucional, que já foi quebrada? A conferir!