Coluna do dia

Salada política na orla de SC

Salada política na orla de SC

A política é muito curiosa, pra não dizer outra coisa. Senão vejamos. O ex-governador Leonel Pavan (PSDB) foi à convenção de Esperidião Amin, do PP, na companhia do ex-deputado Gilmar Knaesel, ambos fechadíssimos com o projeto do atual senador progressista.
Pavan contava que seria companheiro de chapa de Amin, disputando como vice. Mas perdeu para Dalirio Beber na disputa interna da federação PSDB-Cidadania. Pavan não teve dúvidas. Deu declarações duras e cheias de ressentimento na direção de Dalirio. Na sequência foi à Casa d’Agronômica na companhia de prefeitos tucanos e fechou com Moisés da Silva. Sem pestanejar.
Leonel Pavan já teve força política. Foi prefeito três vezes, deputado, senador e governador. Hoje agrega alguma coisa, mas nada muito significativo, ficando restrito a alguma influência em Balneário Camboriú. Haverá desdobramentos no estratégico município turístico de Santa Catarina, onde o tucano perdeu para Fabrício Oliveira na reeleição do atual prefeito.

Adversário

Outra liderança que ainda tem alguma musculatura na cidade é o outro ex-prefeito de dois mandatos, Edson Piriquito, que saiu do MDB depois de muitos anos e se filiou justamente no Republicanos, partido do governador. As três lideranças não se misturam. Qualquer proximidade acaba virando vinagre, pois eles são como água, vinho e óleo.

Vale lembrar que Fabrício Oliveira colocou-se como pré-candidato ao governo do Estado. Desistiu na undécima hora. O prefeito está filiado ao Podemos, partido que é aliado de Moisés da Silva.

Só que até agora Fabrício não se manifestou na direção de Moisés. Considerando-se esse apoio de Pavan, a chance de o alcaide respaldar o atual inquilino da Casa d’Agronômica é muito próxima de zero.

Movimento

Ainda mais que Pavan se antecipou e fechou com o chefe do Executivo estadual. Agora Pavan e Piriquito, pelo menos em tese, estão do mesmo lado. Mas certamente é uma convergência pontual, para esta eleição.

Troco

Pra temperar ainda mais essa salada enquanto Moisés da Silva recebia os tucanos no palácio residencial, Fabrício Oliveira curiosamente, na mesma segunda-feira à noite, jantou com Esperidião Amin na companhia de vereadores do Podemos.

Martelo batido

As informações de bastidores indicam que o grupo do Podemos de Balneário fechou com o candidato a governador do PP. O mesmo que tinha o apoio de Pavan, arquirrival de Fabrício de Oliveira!

Viva o Brasil

Esta salada mista e bem temperada é um recorte de como funciona a “dinâmica” política nacional e estadual. Ela é movida por interesses pontuais. Não existem inimigos nesta seara. Somente amigos de ocasião. Não há compromisso programático e ideológico. É uma colcha de interesses pessoais.

No Sul

Outro exemplo. O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), nunca teve boa relação com Moisés da Silva. O governador chegou a lançar um candidato a prefeito contra ele na Cidade Azul. Pois muito bem, hoje os dois não se largam.

Desafetos

É compreensível que Ponticelli esteja contrariado com Esperidião Amin. Ele que cumpriu quatro mandatos de deputado estadual, presidiu a Alesc e a Fecam, e o máximo que conseguiu foi ser candidato a vice de Paulo Bauer em 2014.

Novos rumos

O senador do PP não assumiu qualquer compromisso com o prefeito de Tubarão. Ponticelli poderia até ter dado um salto no escuro, renunciado para tentar a chancela do partido na convenção. Mas isso agora já é história.
Sem espaço no PP, Joares Ponticelli não pensou duas vezes. Abraçou o ex-desafeto e deve inclusive migrar para um partido da base governista, deixando o PP onde milita há décadas. E segue o baile!

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