Michel Temer avança não apenas nas reformas previdenciária, trabalhista e previdenciária. O presidente mandou pisar no acelerador quando o assunto são as concessões de estruturas públicas e também de privatizações de companhias. No primeiro momento, entraram na mira do departamento de vendas do governo empresas de água e saneamento dos Estados. A mais recente investida governista é no setor elétrico. E embora o Planalto tenha incluído a Casan (foto) no pacote, surpreendendo o Centro Administrativo, como forma de pressionar Raimundo Colombo e seu staff, ela não será vendida. Pelo menos não agora. O governador não quer deixar esta marca na sua biografia.
Já a Celesc tem garantia de seguir pública pelo menos até 2020. Em 2015, a elétrica renovou a concessão junto à Aneel. Por 30 anos. Mas para completar as três décadas, a Celesc, assim como as outras duas estatais elétricas do Sul (PR e RS), a de Brasília e a de Minas Gerais, terá que passar pelo crivo da agência em 2020. Se não estiverem rigorosamente dentro da cartilha, mediante equilíbrio econômico-financeiro e também no contexto operacional, a Celesc e suas congêneres entrarão na linha de tiro das privatizações. Que por ora estão passando ao largo de Santa Catarina!
Quinteto
Hoje existem cerca de 60 empresas estatais na área de energia elétrica no Brasil. Seis (Amazonas, Piauí, Acre, Rondôna, Roraima e Alagoas) já foram federalizadas, em função de rombos estratosféricos, e serão privatizadas. Apenas cinco, as três do Sul, mais Brasília e Minas Gerais, vão permanecer públicas.
Chantagem
“É absurdo pensar na venda da Casan, uma empresa estratégica para o desenvolvimento do Estado e que vem apresentando bons resultados”. Frase do deputado petista Dirceu Dresch, classificando de chantagem a postura de Michel Temer. Entende que o presidente força a barra para privatizar o maior número de possível de empresas estatais.