A importação de leite em pó proveniente do Mercosul aumentou cerca de 230% este ano em comparação ao ano passado, trazendo dificuldades aos produtores de leite brasileiros. Nesta quinta-feira (14/09), o secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, e a presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, realizaram uma reunião sobre o assunto com gestores da empresa pública (da sede e dos 19 departamentos regionais da Cidasc) e com a equipe do Centro Estadual de Combate aos Crimes Contra o Agronegócio (Caoagro), da Polícia Civil.
Em sua exposição, o secretário Colatto relatou que o produto importado tem tomado espaço no mercado interno e levado alguns produtores a desistirem da atividade, até mesmo vendendo gado leiteiro para abate. Há uma preocupação social, porque a bovinocultura de leite é uma atividade com predominância de produtores familiares em Santa Catarina: “A falta do produtor vai trazer problemas futuros para o consumidor e para a indústria”, alertou o secretário.
Tanto ele, quanto a presidente da Cidasc enfatizaram a importância da fiscalização para barrar o contrabando. Celles Regina de Matos apresentou a legislação sobre a importação de leite em pó, que deve ser usado apenas como ingrediente para a indústria de alimentos. “A inspeção sanitária tem papel importante neste momento, ao checar a origem da matéria-prima que os laticínios processam, por meio dos procedimentos de rastreabilidade”, disse Celles Regina de Matos.
A presidente ressaltou ainda o trabalho dos auxiliares operacionais agropecuários, que atuam nos Postos Fixos e Móveis de Fiscalização da Cidasc, conferindo as cargas de produtos de origem animal, nas barreiras e nas rodovias. O Caoagro, parceiro da companhia em muitas operações, se manifestou mais uma vez comprometido em reforçar a fiscalização para preservar o produtor e o consumidor catarinense.
Na reunião, o secretário Colatto fez ainda um convite a todos para participarem da campanha de valorização dos produtos lácteos produzidos em Santa Catarina. Além de todo o trabalho dos produtores e investimento em boa genética dos rebanhos, o Estado tem as mais baixas incidências do país de doenças nos bovinos. A Cidasc atingiu este mês a marca de três mil propriedades rurais certificadas como livres de brucelose e tuberculose, promovendo a saúde do produtor e do consumidor.