Coluna do dia

Segue o baile

Gerou polêmica, nos meios empresariais, o vídeo gravado pelo presidente da Facisc, Jonny Zulauf. Enfaticamente, o empresário deixou sua mensagem. Acredita que a Assembleia precisa aprovar pautas relevantes, como a Reforma da Previdência, e que não seria hora para um processo de impeachment (ora em curso no Legislativo Estadual).

A manifestação mereceu contestações dentro da própria Facisc. Presidentes de associações comerciais não foram consultados e, portanto, não respaldaram a fala de Zulauf. Outros, no entanto, subscreveram o posicionamento do presidente da entidade.

Na sequência, presidentes de federações foram procurados, como os da Fecomércio e da Fiesc. Posicionaram-se com preocupação sobre o quadro geral da política, onde se instalou a terceira crise paralela no estado, que já vive a pandemia sanitária e a derrocada econômica.

Evidentemente que o tsunami que vai se formando na seara política pode dificultar ainda mais a retomada da economia Barriga-Verde. Mas nenhum dos dois entrou no mérito do impeachment, como fez Jonny Zulauf.

 

Nota oficial

Muito provavelmente será na sexta-feira a próxima reunião do Conselho das Federações Empresariais (Cofem), que reúne os presidentes das sete principais entidades patronais de Santa Catarina. Aí deveremos ter uma nota oficial sobre a situação.

 

Rito

Paralelamente à questão empresarial, houve reunião da mesa diretora da Alesc para estabelecer o rito do processo de impeachment.

Isso na sexta-feira passada. Durante o fim de semana, no entanto, foi aventada aqui e acolá a hipótese de que o presidente da Assembleia, Júlio Garcia, poderá anunciar o arquivamento do pedido já nesta terça-feira, 28. Na quarta-feira passada, segundo este raciocínio, o presidente do Parlamento teria apenas comunicado o plenário da decisão da Procuradoria da Casa.

 

Dúvida

Aí cabe perguntar. Se tudo se encaminhasse para levar o processo ao arquivo, por que então foi realizada a reunião para definir os próximos passos do impeachment? Não faz sentido.

 

Ritmo

Voltando ao contexto do rito do processo, já é possível perceber alterações no ritmo. Trocou-se o prazo de 15 dias para a manifestação de defesa do governador e da vice pelo tempo de 10 sessões plenárias.

Como cada semana terá três sessões na Alesc (podendo, eventualmente, haver apenas duas) este prazo se alonga mais uma ou duas semanas.

 

Travessia

Seria um sinal de que o processo será levado num ritmo para atravessar até 2021? Essa mudança deu elasticidade já na largada.  Se a resposta for sim, daí quem escolherá o novo governador serão os 40 deputados.

 

Eleitorado vota

Caso Moisés da Silva e Daniela Reinehr sejam cassados ainda este ano, daí o TRE convocará novas eleições. E mais de 5 milhões de eleitores estarão aptos a definirem quem assumirá o leme catarinense.

 

Deputados votam

Convenhamos que não há porque haver eleição indireta. O governador e a vice foram eleitos com mais de 71% dos votos válidos em 2018. Se é para derrubar os dois, que se execute a sentença ainda em 2020. Senão, 40 pessoas vão escolher quem eles acharem melhor. Nos círculos próximos ao poder, já vem se comentando que se desenha um golpe branco para a tomada do poder.

 

Isolamento

Mesmo assim, é fato, também, que o governador definitivamente não se ajuda. Até agora, ele não deu uma declaração, nem uma mísera postagem sequer, sobre o processo de impeachment. Moisés da Silva continua enclausurado no Palácio residencial o que, aliás, é uma prática que se estabeleceu desde que ele assumiu o poder, em 1º de janeiro de 2019.

Não tem movimentos de bastidores visando a criar alguma defesa para o governador!

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