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Segundo impeachment expõe divisão na Alesc

Quando o ex-presidente da Alesc, Julio Garcia, em meados de 2020, abriu dois pedidos de impeachment no intervalo de menos de um mês, a Alesc era maciçamente favorável ao afastamento do governador do estado.
Fora algumas raras exceções, como o Coronel Mocellin, Paulinha, Zé Milton e por aí vai, o apoio ao impedimento do chefe do Executivo era quase que esmagador. Não passavam, certamente, de seis deputados ao lado de Moisés da Silva. Aliás, este o número de votos que ele contabilizou na sessão em que se decidiu pelo primeiro afastamento, em novembro do ano passado.
O segundo pedido de impeachment está envolto, contudo, num outro contexto.

No momento em que o governador Moisés perdeu temporariamente a caneta e a cadeira e Daniela foi ungida governadora para se evitar a ascensão de Julio Garcia ao poder central, a turma estava crente de que o governador voltaria e que o segundo processo não daria em nada, mas a aposta deu errado. Transferiram o julgamento de dezembro par março e deu no que deu. Moisés fora outra vez do cargo.

Com os papéis dos protagonistas trocados. Na primeira ação, os deputados queriam o pescoço de Moisés e Daniela. Quem segurou a onda foram os magistrados. No mês passado, os deputados atuaram pela salvação de Moisés (a vice-governadora ficou fora do segundo pedido de impedimento). Já os juízes, sentindo-se usados pela Alesc neste balaio, votaram em bloco para afastar o governador.

Fatos que acabaram por dividir a Assembleia. Não há um racha, mas a divisão é clara. Temos pelo menos 10 deputados – um quarto da Alesc – que estão fechados com a Daniela. Tirando Ana Campagnolo, que ainda pode se acerar com a base, são cinco deputados do PL (contando com o mais novo deles, Sargento Lima, egresso do PSL) e os cinco do próprio PSL. Muito embora esta matemática não seja tão simples, pois resta saber como vai se comportar, por exemplo, o deputado Coronel Mocellin.

Já Moisés da Silva conta com algo em torno de 20 a 25 deputados e outra porção, entre cinco e 10, estão neutros, observando. Diferentemente de 2020, quando quase todos os parlamentares queriam o pescoço do mandatário da vez, agora o quadro é de clara divisão tendo como pano de fundo os arranjos para 2022. A conferir os desdobramentos.

foto>Ag. Alesc, arquivo

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