Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil e Criciúma é referência em segurança neste cenário. Temos índices em Segurança Pública semelhantes aos de cidades europeias no que diz respeito a crimes violentos. É o que apontam os dados da Polícia Militar de Santa Catarina. Mas não podemos ser vítimas da nossa eficiência.
Encerramos 2022 com apenas sete homicídios, o que para uma população com mais de 230 mil habitantes é considerado um número muito baixo, mesmo tendo consciência de que cada vida é importante. Mas, quando algo foge do normal, como a onda destas últimas semanas, a sensação de insegurança rouba a tranquilidade do criciumense.
E o que justifica este aumento expressivo de crimes contra o patrimônio, que são os assaltos e arrombamentos? Temos como principal ponto a leniência da legislação: o criminoso não fica encarcerado. Quase que a totalidade dos crimes registrados em janeiro foi cometida por reincidentes. Há quem já tenha sido preso uma, duas, três, ATÉ CATORZE VEZES e já está se preparando para o próximo delito, sem ficar preso. Sim, 14 vezes!
Precisamos reagir para devolver o direito de ir e vir, de trabalhar, de ter lazer do cidadão pagador de impostos. No âmbito estadual, continuemos a cobrar ações do governador e do futuro secretário de Segurança Pública. Nossas polícias Civil e Militar não podem ter efetivo menor do que o de cidades com menos habitantes. Nossos quatro deputados federais de Criciúma, que representam a Região Sul do estado no Congresso, devem legislar e articular a favor das mudanças necessárias em Brasília.
E como não podemos esperar com os braços cruzados, no âmbito municipal já pedimos, por meio de requerimento na Câmara de Vereadores, um estudo que avalie a retomada da Guarda Municipal; mas, desta vez, com limites estabelecidos e formação adequada. Vamos insistir por maiores investimentos em tecnologia, em câmeras inteligentes que garantam a leitura facial e de placas.
Sabemos que o crime só ocorre quando três fatores se encontram, o tal triângulo do crime: um agente motivado, uma vítima em potencial e um ambiente desguarnecido. Podemos não ter o controle sobre os dois primeiros, mas podemos trabalhar para eliminar o terceiro.
Vereador Nícola Martins – jornalista, administrador público e professor universitário