Coluna do dia

Sem bússola

Desde o prematuro desaparecimento de LHS, o MDB-SC não acertou mais o passo. Ele faleceu em 2015. Depois também ocorreu a partida de Casildo Maldaner, que liderou a sigla por mais de uma década. Mauro Mariani acabou assumindo a presidência do Manda Brasa após a partida dos dois. Ele foi candidato ao governo em 2018. Pela primeira vez em 40 anos, o MDB não chegou ao segundo turno da eleição estadual. Mariani deixou a vida pública e partidária logo após a derrota. Quem assumiu o comando emedebista foi o irmão de Casildo, o então deputado federal Celso Maldaner, que viabilizou uma candidatura ao Senado em 2022. Ficou em quinto lugar. O partido sequer lançou candidato a governador e apoiou a frustrada tentativa de reeleição de Moisés da Silva.

Bastidores

Maldaner seguiu o mesmo caminho de Mariani, cuidando de seus negócios privados. Após as eleições de 2022, Baleia Rossi, deputado federal e presidente nacional do partido, entregou a comissão provisória de SC para o amigo Carlos Chiodini.

No ar

O que se esperava com a ascensão do ainda jovem parlamentar Chiodini? Renovação e oxigenação das fileiras emedebistas, especialmente diante dos resultados pouco favoráveis das últimas duas eleições estaduais.

Lacuna

Agora, observa-se que o MDB não possui nomes fortes para as principais cidades do estado, com exceção de Jaraguá do Sul.

Bancadas

Dos nove deputados estaduais, o partido conquistou seis vagas na legislatura que se iniciou este ano. Em relação aos deputados federais, são três das 16 cadeiras. O MDB-SC não elegeu nenhum nome para a majoritária. Quanto aos prefeitos, a sigla ainda possui quase 100 por toda SC, porém, a maioria está em pequenos e médios municípios.

Retrovisor

Ao mesmo tempo que sinaliza renovação, Carlos Chiodini indica o desejo de ter Dário Berger de volta ao MDB. Filiado ao PSB, de esquerda, Dário concorreu à reeleição ao Senado na chapa liderada pelo PT de Décio Lima e apoiou Lula da Silva.

Vice

O MDB catarinense, por sua vez, esteve presente com Moisés. No segundo turno, boa parte do partido apoiou Jorginho Mello. Na bancada, quase todos estavam alinhados ao conservadorismo.

Afinidades

No entanto, Carlos Chiodini está alinhado com os três ministros que o MDB indicou para o governo Lula. Existe um descompasso nesse sentido. Em meio a tudo isso, Jorginho selecionou Mauro Mariani para ser diretor do BRDE.

Parceria

Mariani, que como candidato a governador em 2018, abriu espaço para Jorginho Mello disputar o Senado, uma empreitada que foi vitoriosa.

Solidão

Em 2018, Mariani era deputado federal e só contava na bancada com Chiodini, que exercia mandato estadual. Todos os outros estavam alinhados a Eduardo Moreira.

Opções do Norte

Agora, chegou a vez de Jorginho buscar Mauro Mariani. Lá na frente, quem duvida que o ex-deputado possa ser uma opção, assim como Antídio Lunelli, para compor a majoritária de reeleição do governador em 2026? Chiodini pode ficar de fora.

Pisando em ovos

A situação é delicada. A própria bancada estadual não está satisfeita com a aproximação de Chiodini com o governo Lula. Não que o emedebista tenha algum compromisso, mas está próximo do PT.

Perfil

Os deputados estaduais sabem que o eleitorado catarinense é essencialmente conservador e bolsonarista. Isso ficou mais do que evidente em 2018 e 2022. Há cinco anos, Bolsonaro elegeu um grande número de deputados estaduais. No ano passado, foi decisivo para a vitória do atual governador. O PL conquistou 20 mandatos em SC graças ao apoio de Bolsonaro. Como os emedebistas vão considerar uma aproximação com o PT? O MDB está precisando de um timoneiro. Ou, no mínimo, que todas as principais lideranças se sentem e busquem alguma convergência.

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