O Município de Florianópolis está atualmente realizando atividades para execução de um Ecoponto em imóvel situado na Rua Hypolito do Valle Pereira, sem número, cuja entrada fica em frente ao Colégio da Lagoa.
Os Ecopontos são locais destinados ao descarte de resíduos sólidos. Conforme divulgado pela Prefeitura de Florianópolis, os usuários podem entregar nos Ecopontos eletrônicos (televisão, monitor, teclado, mouse, celular, impressoras etc.), entulho (resíduos de construção e demolição, como tijolos e telhas), madeira, pilhas e baterias, óleo de cozinha, pneus, podas de árvores, recicláveis (plástico, papel, isopor, metais, arames, vidros etc.), volumosos (móveis, sofás, colchões etc.) e orgânicos para compostagem.
O Município defende que os Ecopontos são equipamentos públicos com infraestrutura e atendimento para gerenciamento adequado de resíduos ali entregues, o fato é que nesse local são depositados resíduos até que a Prefeitura ou a Comcap, com delegação da Prefeitura, venha os recolher para levar para outro local. É, portanto, um local de depósito de resíduos para a sua posterior retirada e transporte, o que envolve fluxo intenso de veículos para entrega e retirada desses resíduos.
O problema é que o chamado Ecoponto da Lagoa da Conceição está sendo implantado numa área verde de lazer – AVL, que são os espaços urbanos ao ar livre de uso e domínio público que se destinam à prática de atividades de lazer e recreação, privilegiando quando seja possível a criação ou a preservação da cobertura vegetal, tratando-se de zoneamento incompatível com a atividade de depósito de resíduos, especialmente, porque o imóvel em questão fica situado em meio a uma área de intensa densidade demográfica residencial, sendo limítrofe de diversas moradias.
Ademais, todas as vias de acesso ao ecoponto são estreitas, de difícil acessibilidade e, especificamente a Rua Hypólito do Vale Pereira é uma rua sem outra saída. A mesma Rua dá acesso à 3 loteamentos (aproximadamente 500 residências), um clube (LIC) e duas escolas. Ou seja, já existe uma dificuldade de mobilidade imensa no local. Os pais dos alunos estão preocupados com o trânsito em frente ao colégio, que envolve vários caminhões transitando diariamente e crianças atravessando as ruas do entorno.
Outra demanda bastante válida da comunidade é a segurança quanto à saúde pública. Considerando que o ecoponto está encostado em várias residências, em frente ao Colégio, os moradores estão com medo de sofrerem com vetores que se aproximam por conta da sujeira, inclusive mosquitos, ratos e baratas. Apesar de os ecopontos receberem, em sua maioria material reciclável e entulho, a Comcap prevê a possibilidade de coleta de pneus e orgânicos compostáveis. É sabido que o descarte/acondicionamento desses materiais nem sempre são feitos corretamente, podendo conter restos de comida, que atraem os animais. Aliás, a comunidade visitou outros ecopontos, e os próprios funcionários comentaram que é comum encontrarem lixo no portão depois da pausa do almoço, ou após o horário de saída.
Importante destacar que a comunidade tem consciência de que são elementos de evolução ambiental, e que não está contra a instalação de ecopontos. Porém, a comunidade do entorno está mobilizando abaixo assinados requerendo que a prefeitura se abstenha de utilizar o terreno como Ecoponto, encontre área mais adequada para tal, e venha a destinar esta área de acordo com o que regulamenta o plano diretor.
Como se pode observar da imagem acima obtida no Geoportal da Prefeitura de Florianópolis, o terreno no qual está sendo implantado o Ecoponto da Lagoa da Conceição é zoneado como área verde de lazer – AVL e está cercado por diversas residências, situadas muito próximas a ele. É o único ecoponto previsto pela prefeitura em área tão povoada.
No decorrer dos anos, a área já tem sido desmatada, e sofre com o depósito irregular de entulhos por parte da própria prefeitura municipal.
Trata-se de uma área que, pelo seu zoneamento, deveria ser destinada a uma praça ou um parque público o que, inclusive, já foi proposto pelas Associações do bairro, permitindo o uso de lazer e recreação por parte da população, sendo a utilização para depósito de resíduos incompatível com o zoneamento e, consequentemente, ilegal.