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Manchete

Sem tapetão para o Senado

Atendendo a uma arguição do PSD, do Mato Grosso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em votação virtual, que, na eventualidade da cassação de um detentor de mandato, especificamente de um senador, não existe a menor possibilidade, como pretendiam os pessedistas da província Barriga-Verde, de assumir o segundo mais votado na eleição.

As supremas togas deixaram muito clara a jurisprudência em casos assim: nova eleição. Aliás, como já ocorreu em 2019 no próprio estado mato-grossense.

Esse assunto é relevante para Santa Catarina. O mesmo PSD entrou com uma ação contra Jorge Seif, eleito em 2022, acusando-o de abuso do poder econômico. A intenção é cassar o mandato do jovem empresário.

O partido apostou, no entanto, que não seria necessária a realização de novo pleito. A esperança, vã e velhaca, dos pessedistas pairava na hipótese de que o ex-governador Raimundo Colombo, segundo colocado em 2022 na corrida à Câmara Alta, pudesse assumir automaticamente o mandato. Nada feito.

História

Em 2006, com apoio do MDB, Colombo foi eleito ao Senado. Há época era filiado ao extinto PFL.

Ele renunciou aos últimos quatro últimos anos porque conquistou o governo do estado com apoio de Luiz Henrique da Silveira. Casildo Maldaner foi presenteado com quatro anos no Senado.

Golpismo

Trocando em miúdos. O PSD intentava emplacar mais um senador pela via do tapetão, do jogo baixo. Os pessedistas, e até os pombos da Praça XV, na Capital, sabem que em caso de nova eleição o indicado, ou indicada, por Jair Bolsonaro, seja quem for, é ampla e irrestritamente favorito.

Exemplo

Assim como ocorreu com Jorge Seif, que era um ilustre desconhecido em Santa Catarina. Foi secretário da Pesca do ex-presidente, que o indicou para o Senado na chapa de Jorginho Mello.

Enxurrada de votos

Foi uma lavada de mais de 900 mil votos sobre Raimundo Colombo. E se repetirem a dose, cassando Seif no TSE, o mesmo vai ocorrer em hipotética eleição suplementar.

Goleada

Não custa lembrar que o TRE-SC, por 7 a 0, garantiu o mandato de Seif. Normalmente, quando as cortes estaduais decidem por unanimidade, os tribunais superiores acatam e seguem o mesmo caminho.

Olimpo

Como, contudo, vivemos um período de exceção e de ditadura da toga – o TSE é presidido hoje por ele, Alexandre, o diminuto – não é de se duvidar que o representante de Santa Catarina seja degolado.

Tentáculos

Vale registrar, ainda, que mesmo depois que o supremo ditador sair da proa do TSE, ele continuará tendo influência.

A dúvida que fica, no entanto, é se o TSE do diminuto vai se dispor a cassar Jorge Seif sabendo que o indicado de Bolsonaro será franco favorito em nova eleição.

Tríplice

Outra dúvida. Raimundo Colombo vai se arriscar numa terceira candidatura consecutiva ao Senado, correndo seríssimo risco de amargar a terceira derrota em sequência?

Pincel

Outro aspecto: a partir da decisão do STF, afastando a possibilidade de existir senador pelo tapetão, o PSD manterá a ação contra Seif? Os pessedistas locais já sabem que a cassação de Seif ensejará novo pleito.

Caminho

Em caso de imolação do senador, o nome natural em Santa Catarina é o da deputada federal Carol De Toni. Especula-se, ainda, que o ex-presidente poderia apontar outro nome, como a mulher de Jorge Seif.

Calendário

O fato é que essa eleição, caso ocorra, acabaria acontecendo concomitantemente ao pleito municipal de 2024.

Influências

Ou seja, teria o poder de influenciar as eleições municipais em relação à eleição ao Senado e também em sentido inverso, a corrida à Câmara Alta podendo interferir no pleito municipal. Sobretudo nos maiores centro urbanos, que concentram a maioria do eleitorado. Naturalmente que esse cenário favoreceria o PL e seria péssimo para o PSD.

A conferir

Soma daqui, subtrai de lá, esperneia dali e tem-se a possibilidade real de o partido de Colombo desistir da ação contra o senador eleito pela esmagadora maioria dos votos em 2022.

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